A XI Legião Romana
realizou uma bem-sucedida invasão ao sul da Alemanha,
por volta de 74 d.C. Nesta incursão, como era normal em
tempos desprovidos dos modernos meios de conservação de
alimentos, conduziam cães, cujo trabalho de pastoreio de
gado, guarda de acampamentos e de prisioneiros era
importantíssimo. Atravessar os Alpes com rebanhos
constituía uma tarefa excepcional: especiais,
certamente, foram os cães escolhidos para tanto.
Os Rottweilers surgiram em uma cidade conhecida pelos romanos como Arae Flaviae, centro administrativo e social importante, fundado uns dois séculos antes de Cristo. Com a ocupação, a cidade se transformou e prosperou ainda mais. A casa de banhos encontrada no local fornece um indicativo da importância adquirida. |
klz, ad, bh, SchHI FRISKA vd BIRKENKOLONIE Propriedade: Canil ÂNGUELOS MAVROS Foto: Simone D. |
Com o tempo,
a cidade ascendeu à condição de vila Mortificada. Seus
prédios mais importantes foram cobertos de telhas artesanais
vermelhas e, por essa razão, passou a ser denominada Rottwil
(vila vermelha), que se alterou com o tempo para Rottweil, como
hoje é conhecida.
Entre 250 e 260 d.C., os romanos foram expulsos dali por
tribos locais, que
destruíram as edificações existentes. Deixados para trás
permaneceram alguns cães, sobreviventes, que treinados para
defender suas casas até a morte, devem ter sucumbido. Eles foram
envolvidos nas atividades de criação de gado e apoio a outros
serviços.
Rottweil se
tornou um próspero mercado e centro cultural, atraindo
boiadeiros, fazendeiros e comerciantes de consideráveis
distâncias para ali realizarem negócios. Esses homens logo
notaram a excelência dos cães de açougueiros (metzgerhund),
como a raça era então conhecida, e começaram a comprá-los.
Um ou dois
cães capazes constituíam uma necessidade, não apenas para
trazer o gado, mas para assegurar o retomo do dinheiro
arrecadado, para o qual nenhum local mais seguro existia do que
amarrado à coleira deles.
Tudo isso
induziu a um crescente respeito pelos cães de açougueiro, e os
criadores locais começaram a cruzá-los seletivamente. Como eram
considerados superiores aos demais do seu tipo encontrados na
região, o nome Rottweiler foi-lhes atribuído para distingui-los
dos outros. Esse nome permanece até hoje.
Nessa época o Rottweiler era útil em tracionar
charretes e conduzir tambores
de leite. Assim continuou até 1800, quando a ferrovia assumiu o
transporte de gado, e no de leite foram substituídos por burros.
Em 1882 surge
o primeiro registro de um Rottweiler sendo apresentado em uma
exposição cinófila, em Heibronn. Com a perda da utilidade, a
popularidade do Rottweiler decresceu, a ponto de, no início do
século, quase não mais ser encontrável. A renovação do
interesse aconteceu ao norte da Alemanha, ao invés do sul, onde
tinha surgido. Esse ganho de popularidade baseou-se em outra de
suas virtudes: o trabalho de polícia. O Clube
Alemão do Rottweiler (DRK) foi fundado em Heidelberg, em 13 de
janeiro de 1907, levando muitos a considerarem esta localidade
como a de surgimento do moderno Rottweiler. O DRK tornou-se
vinculado à Associação Alemã de Cães Policiais, que incluiu
a raça na relação das apropriadas a tal trabalho.
Desentendimentos internos provocaram a alternância de clubes em
curtos períodos, até que em 3 de julho de 1921 reuniram-se na
formação do Clube Geral de Rottweiler (Allgemeiner Deutscher
Rottweiler Klub - ADRK), sendo os stud books fusionados em um
só.
O ADRK com o
seu lema "Criação de Rottweilers é criação de cães de
trabalho" prosperou rapidamente. Hoje toda a criação na
Alemanha está submetida ao excelente trabalho de supervisão do
ADRK.
No Brasil o
Rottweiler foi introduzido em 1967, por Dimiter Petroff, com o
macho Astor Von der Westfallenstube, que não acasalou. A
criação iniciou em 1972, com o canil Alcobaça, sendo o
primeiro filhote nacional o macho Aca do Alcabaça, filho de
Camba Von Beseliche-Kope e Etzel von Gertrudenhof.