Boletim Mensal * Ano VI * Novembro de 2007 * N.º 56

           

 

A história mudando ao sabor dos ventos

 

1998 – “Tempo de Jornal”, José António Gonsalves de Mello, apresentação e organização de Leonardo Dantas da Silva, Recife,  Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangano, 1998”.

            Na, “Apresentação – Em tempo de muitas histórias, Leonardo Dantas da Silva, escreve na pagina XI “... a farta documentação da Companhia das Índias Ocidentais, empresa responsável pela conquista do Nordeste Brasileiro...”.

2005“1630 – 1654 Holandeses em Pernambuco, Leonardo Dantas da Silva, patrocínio da Fundação Ricardo Brennand, Recife 2005.” O titulo correto seria “1630 – 1654 Os neerlandeses ou os flamengos em Pernambuco”

2007 Na palestra proferida no almoço do Rotary Club Recife – Boavista, diz:- Em 1630, Pernambuco foi invadido pelos holandeses, sendo os seus principais senhores de engenho obrigados a se refugiarem no interior. Na ocasião, Olinda, que era uma das maiores cidades do Brasil, foi quase toda destruída pelo fogo. A dominação holandesa durou 24 anos. A criação da Companhia das Índias Ocidentais pelo governo holandês permitiu a vinda para Pernambuco do Conde Mauricio de Nassau, hábil administrador que transferiu para o então vilarejo do Recife, a sede do governo...”

Nota do Editor:- A Companhia das Índias Ocidentais foi fundada em 1621 e, eram dela sócios, todas as províncias da Republica das Províncias Unidas e alguns ricos comerciantes judeus (invadiu Gurupá, na foz do Amazonas, Pará, em finais de 1621 e foi expulsa em 1623, invadiu a Bahia em 1624 e foi expulsa em 1625, invadiu Pernambuco em 1630 e foi expulsa em 1654), que também era conhecida por Republica dos Paises Baixos e, na Europa de então, os seus habitantes, por FLAMENGOS (como muito bem diz o maior e mais conhecedor da invasão flamenga, o Prof. José António Gonsalves de Mello, em seu livro “Tempo dos Flamengos”).  Mauricio de Nassau chegou ao Recife em Janeiro de 1637, Olinda foi destruída pelo fogo em Novembro de 1631. A capital da área conquistada pela Companhia das Índias Ocidentais já havia sido transferida para o Recife pelo invasor alguns meses antes de Olinda ser incendiada.

            A analise dos “escritos”  fantasiosos (e escrevo fantasiosos para ser educado e, como dizem na minha terra, “não chamar o nome aos bois” ), deixo ao critério de nossos leitores.

            No ar, vou deixar somente uma pergunta:

- Como é que os alunos poderão aprender a verdadeira história da INVASÃO FLAMENGA com professores destes???

 

Manuel Alegre questiona a reforma dos Consulados

            Manuel Alegre acha que há "falta de sentido de Estado" na reforma consular que o Governo de José Sócrates está a preparar. Por isso, apresentou um requerimento na Assembléia da República, dirigido ao ministro dos Negócios Estrangeiros, exigindo explicações e fazendo uma sugestão: "Não seria preferível retirar esta proposta esdrúxula e manter as boas práticas?".

            A reforma em causa torna possível a nomeação dos chefes dos consulados pelo responsável político governamental. E abre a porta à possibilidade de esses responsáveis não serem, necessariamente, diplomatas de carreira política.

            Ora isso, diz o ex-candidato presidencial, "contraria a política até agora seguida e suscita bastante perplexidade".

            "Por um lado pela sua falta de sentido de Estado, por outro porque pode abrir o caminho a escolhas determinadas por critérios arbitrários", escreveu o deputado-poeta.

            Manuel Alegre pergunta no requerimento dirigido ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, "qual a razão" para se "alterar o Regulamento Consular e uma prática que tem garantido a independência e dignidade da função diplomática".

            Exige também ao Executivo "garantias" para que, "no futuro", as "escolhas para as chefias de postos consulares sejam determinadas por critérios que não os da competência e dos valores inerentes à carreira diplomática".

            No requerimento, Manuel Alegre salienta que a diplomacia portuguesa sobreviveu às várias mudanças no regime ocorridas nas últimas décadas: "O regime democrático, instaurado na seqüência da Revolução de 25 de Abril de 1974, teve o cuidado de preservar a diplomacia portuguesa que, em diferentes contextos históricos, procurou servir o País e defender os valores permanentes de Portugal."

            A reforma consular está também a ser fortemente contestada entre os diplomatas.

Fonte:- Diário de Noticias, de Lisboa, 09/11/2007 – Foto Rodrigo Cabrita, arquivo DN.