Boletim Mensal * Ano VI * Outubro de 2008 * N.º 64

           

           

Manual de Anedotas e Fantasias da História do Brasil

Tempos de Nassau

 

            Compramos o livro que ilustra este artigo porque, sendo o seu título uma fantasia, iria encontrar, com certeza, mais alguma página ou páginas, para o nosso Manual.

            “Tempos de Nassau – Um príncipe em Pernambuco, Ficções, contos de 10 autores, Editora Bom Texto, Rio de Janeiro, 2004”.

            Começamos a ler e não foi preciso ler muito para na pág. 10, a segunda do Prefácio, encontrarmos: “... ficou-nos o romantismo da presença de um príncipe de verdade em nossas terras ...”.

            Como pode o Imortal António Olinto, membro da Academia Brasileira de Letras, entidade responsável pela cultura em nosso País, escrever uma coisa destas?

            Nassau, quando governou Pernambuco, era conde e só depois do seu regresso aos Países Baixos e muitas ofertas de móveis, quadros e valioso artesanato levado daqui e oferecido à Alemanha é que FOI NOMEADO “Príncipe da Igreja Reformista Alemã”. Príncipe de verdade ele jamais poderia sê-lo porque não era filho de um rei.

            Logo a seguir, na Pág. 17, a primeira da Introdução, da autoria de Esther Largman, aparece o seguinte: “Provavelmente vindas da ilha de São Tomé, as primeiras mudas foram trazidas pelo donatário Duarte Coelho para Pernambuco”. Todo o mundo sabe que as mudas de cana e os mestres de fabricação de açúcar foram trazidos da Ilha da Madeira.

            Na pág. 19 o autor esqueceu a primeira invasão flamenga, em 1621, em Gurupá, na foz do Amazonas, de onde foram expulsos por Pedro Teixeira, Capitão Mor do Pará, em 1624.

            Na pág. 20 escreve-se:- “Nassau procurou combater a corrupção...”. Como é que Nassau procurou combater a corrupção se ele trazia clandestinamente para Pernambuco escravos africanos e trocava penas de prisão e de morte por cavalos de raça e caixas de açúcar que mandava para Amesterdam sem pagar os impostos devidos? Combateu-a ou usou e abusou dela? 

            Só como esclarecimento, devemos dizer que a cana de açúcar foi trazida para a Península Ibérica quando da invasão dos mouros no século VIII e foi plantada durante séculos, em Andaluzia, na Espanha, e no Algarve, em Portugal. Daí foi levada para a Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé. Quando o Brasil aumentou a sua produção de açúcar, São Tomé foi obrigado a arrancar suas plantações de cana e plantar cacau. Cabo Verde deixou de plantar por causa das secas.

            Os 10 contos, que fazem o livro, que se lê com agrado,  são ficções baseados em lendas e fatos reais do tempo de Nassau, onde jamais poderiam ter lugar as orelhas da capa, o prefácio e a introdução que lhe colocaram.

 

Este Boletim é patrocinado por: CONSELHO DA COMUNIDADE PORTUGUESA DE PERNAMBUCO  JOSÉ MARIA MATOS
"Compadre” JOSÉ LUIS DE SÁ  AFONSO ALBUQUERQUE

 

Direção – Presidente, VALDEMAR CARDOSO DA ROCHA JUNIOR, Assembléia Geral – Presidente JOAQUIM FRANCISCO DE SOUSA,  Conselho Fiscal – Presidente -  RAFAEL DUEIRE LINS, Comissão de Fiscalização e Disciplina – Presidente, DIEGO GALVEZ SANCHEZ - Carrasco, IVO TINÔ AMARAL JUNIOR

VISITE A NOVA PAGINA DO NOSSO BOLETIM http://www.oocities.org/br/cantinhobacalhau/index.htm       

web master OCTÁVIO RIBEIRO, Portimão - Portugal

“Cantinho do Bacalhau” –  Boletim Mensal da Academia do  Bacalhau de Recife , Editor  - DELMAR  ROSADO,  Caixa Postal  802, 54792-990 CDC ALDEIA – PE,

 e-mail  -  tavirense2002@yahoo.com.br.

 

 

Os artigos assinados são da responsabilidade de seu autor e podem não exprimir as idéias deste Boletim

Impressão e Arte Gráfica – GRAFICA E EDITORA CONTEXTO, Rua da Aurora, 573 loja 4, Recife, fone 08132223266