SEPARAÇÃO

 

A morte, sem pedir licença,

Ceifou de um jovem a vida,

Deixando a família abatida,

Pelo desenlace, e a crença,

 

Era para ela a certeza,

Que de algum modo, um dia,

Noutro plano se veria,

E terminaria a tristeza.

 

Não foi o que ocorreu, no entanto,

Sobrepujando o conformismo,

Mãe e irmã, em ceticismo,

Por tempos ficaram em pranto.

 

Choravam não por maldade,

Mas por não entender

Que o destino o quis escolher,

Não aceitando a saudade.

 

A desculpa era o amor,

Para tanto sofrimento,

Tantos ais e lamento,

Tanta angústia e dor.

 

A irmã em revelação,

Num sono, em que dormira,

Viu o irmão, que partira,

 Num lugar de adoração.

 

O local era tranqüilo,

Relva verde onde a alma jaz,

Muita luz, silêncio e paz,

Nunca tinha visto aquilo.

 

Conversaram-se, então,

E ele lhe explicou,

Os motivos porque as deixou,

E a falta de permissão,

 

O incúrio comportamento,

De chorar daquele jeito,

Reclamar do que foi feito,

Pelo Pai do firmamento.

 

“- VOCÊS ESTÃO MEXENDO

NAS LASCAS QUE O SENHOR

COLOCOU DEBAIXO DO ALTAR,

E NÃO PEDIRAM A ELE PERMISSÃO”.

 

Ela sem pestanejar,

Diz no torpor da visão,

A quem peço permissão?

A quem devo procurar?

 

Ele com paciência e amor:

- Siga por esta trilha,

Caminhe por meia milha,

E encontrará o Senhor.

 

Ela em sua teimosia

Fez o que ele falou,

Para lá se encaminhou,

Passo largo em demasia.

 

Deu com Ele lá chegando,

Com vestes brancas trajado,

Com a relva contrastado,

Complacentemente olhando.

 

E assim lhe disse firme:

-         Vim pedir permissão para

Mexer nas lascas que o Senhor

Colocou debaixo do altar

 

Foi bem simples a resposta,

Outra não podia ser:

 - Se vocês querem mexer...

Foi-se, lhe virando as costas.

 

Depois disso ela acordou,

Maravilhada com o tema,

Que revolveu o problema,

Mas de nada adiantou...

 

Pois depois de algum tempo

Continuaram mãe e filha

Perfilhar a mesma trilha

Pranteando o rebento.

 

Uma atitude forte

Precisava ser tomada

E os céus em revoada,

Para consolar da morte,

 

Aquela aflita alma

De saudade que morria,

Que por si não conseguia,

 Nada que trouxesse calma.

 

Noutra noite em sua alcova,

À chama fraca de uma vela,

A luz da lua à janela,

Tristeza e dor se renova.

 

Quando tudo clareou,

E um anjo iluminado,

Diante de si, levantado,

Nem percebeu quando entrou.

 

Asas não possuía,

Na cabeça um paramento,

Dos dez dedos fragmentos,

De luz que se irradia.

 

Diante de tal visão,

Ela fica admirada,

Mas não pensa em mais nada,

Que não seja o irmão.

 

O anjo, em telepatia,

Ouve o seu pensamento

Que indagava, num momento:

- Por que ele, a primazia?

 

E o anjo, em voz humana, Respondeu-lhe, sem desdém:

-         Seus pais não vão também? Seus irmãos não vão também?

-         Seus filhos não vão também? E você não vai também?

 

E ela respondendo, no pensamento atormentado:

-         Ah! Mais ele foi primeiro.

-         Ele foi primeiro?

-         Bem aventurado!!!

 

E o anjo desaparecendo,

Tudo ao normal voltou,

E ela chorar tentou

Mas a dor lhe foi morrendo.

 

E depois desse evento

A tristeza foi embora,

A alegria impera agora,

Em lugar do sofrimento.

 

Depois de tempos passados,

A profecia se cumpriu,

Pois muita gente partiu,

Agora antepassados.

 

Inclusive a personagem,

Dessa triste e real poesia,

Que partiu um outro dia,

Indo pra outras paragens.

 

Pra não cair no esquecimento,

Seu filho relata agora,

Esses fatos, sem demora,

Aguardando seu momento.

 

Embora seja normal,

A dor da separação,

Aguardo, sem hesitação,

O reencontro final.

 

VALDECIR CELESTINO 19/11/2005

 

APDD. Esse testemunho ocorreu na minha casa, com minha mãe, na década de 50, eu não era nascido, mas ela nos contava sempre. Tenho 43 anos, e por inspiração, creio que Divina, escrevi o testemunho em poesia, a fim de mantê-lo vivo. Não é curto nem resumido, mas se puder postar, ficarei grato. A PAZ DE DEUS. VALDECIR - SÃO PAULO - VILA MARIANA


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