MAIOR
AMOR - 1
"NINGUÉM TEM MAIOR AMOR DO QUE AQUELE
QUE DÁ A SUA VIDA PELOS SEUS AMIGOS".
João
15:13
MÉDICO
FRANCÊS RECONSTITUI AS DORES DE JESUS
"Eu
sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por
treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha
carreira estudei a fundo anatomia. Posso, portanto, escrever sem
presunção."
Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas
- orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas
de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista
que relata o fato é um médico, Lucas . E o faz com
a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose",
é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições
excepcionais: para provocá-lo é necessário
uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral
violento causado por uma profunda emoção, por um
grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível
de sentir-se carregando todos os pecados dos homens devem ter
esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento
das finíssimas veias capilares que estão sob as
glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor
e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o
corpo até a terra. Conhecemos a farsa do processo preparado
pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o
desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e
então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados
despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio.
A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas
sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos
ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de
diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já
alterada por milhões de microscópicas hemorragias
do suor de sangue.
A CADA GOLPE JESUS REAGE COM UM SOBRESSALTO DE DOR
A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe
Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem;
um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma
vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas.
Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em
uma poça de sangue.
Depois
o escárnio da coroação. Com longos espinhos,
mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam
uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça.
Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões
sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos,
depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão
feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros
de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta
quilos. A estaca vertical já está plantada sobre
o Calvário.
Jesus
caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno
irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas.
O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado,
arrasta um pé após o outro, freqüentemente
cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos
de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega,
e lhe esfola o dorso.
Sobre
o Calvário tem início a crucificação.
Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está
colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez
vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não
sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas
vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se
trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem
a túnica, se laceram as terminações nervosas
postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um
puxão violento.
Como aquela dor atroz não provoca uma síncope?
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