Sinhá Moça

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Bastidores
Sinhá Moça passa o bastão para O Profeta!
Festa reúne elencos, equipes e diretores das duas novelas
 
Foram quase dez meses de trabalho e muitas alegrias. Sinhá Moça se despede do público e dá lugar à nova trama das 18h, O Profeta. Para celebrar esta “passagem do bastão”, elencos, equipes e diretores das duas novelas se uniram numa animada festa. 

Veja as fotos do evento na galeria abaixo!

Sinhá Moça concorre a prêmio
Novela foi indicada ao International Emmy, nos EUA
 
No próximo dia 20 de novembro, o diretor-geral de “Sinhá Moça”, Rogério Gomes, estará em Nova York para muito bem representar a produção brasileira, que concorre ao International Emmy, uma das maiores premiações da televisão internacional. A novela, que tem envolvido os telespectadores há meses, com sua envolvente trama de época sobre um capítulo importante da história do nosso país, concorre com produções de outros países.

“Sinhá Moça” foi indicada na categoria de melhor série dramática, sendo que a TV Globo teve outros dois programas indicados: "Os Amadores" disputa o prêmio de melhor comédia, enquanto o reality show “Big Brother Brasil 6" figura entre os candidatos a melhor programa não roteirizado. Rogério Gomes comenta a ótima notícia:

“Sinhá Moça” tem chance de levar o prêmio?
“Acho que sempre tem chance, mas estar lá já é uma gratificação muito grande pelo trabalho que a gente fez.”

Como foi dirigir a novela?
“Foi um ótimo trabalho, porque todo mundo fez com muita vontade, muito amor, muita determinação e isso deu frutos, que é esse produto maravilhoso. A gente sempre saiu feliz das gravações. Raramente a gente saía frustrado. E isso nem sempre é possível, porque, numa novela, há uma imensa quantidade de cenas e trabalho que, às vezes, por falta de tempo, não conseguimos fazer da melhor forma. Em ‘Sinha Moça’, felizmente, a gente conseguiu.”

De volta ao passado
Atores contam como é reviver em cena o drama da escravidão
 
A escravidão - um dos temas de Sinhá Moça - foi oficialmente abolida em 1888, mas revivê-la em cenários e figurinos desperta ainda mais a reflexão sobre o sofrimento dos negros desde o período colonial até o final do Império. Os atores Sérgio Menezes, Fabrício Boliveira e Alexandre Moreno contam como é o sentimento de reviver em cena um drama tão marcante como foi a escravidão.

 
Sérgio Menezes
“Desde o primeiro momento me preocupo com a forma de interpretar um personagem que faz parte de um momento tão delicado da nossa história. Parece que a sociedade não se recuperou até hoje desse período que durou quatro séculos. Vivemos o reflexo do que foi a sociedade escravocrata. É difícil para quem não é negro analisar a escravidão. É como, por exemplo, os judeus analisarem o holocausto. Ainda se fala disso de uma maneira muito tímida, sem resolver os problemas na prática. Podem-se observar alguns desses problemas na novela e, sem dúvida, é muito difícil viver em qualquer ambiente que remete àquela época.”

 
Fabrício Boliveira
“Acho importante a novela condizer com o tema histórico. A sensibilidade acontece não só porque sou negro, mas porque sou humano. O extermínio, o tratamento como seres irracionais, como animais mesmo, colocados no tronco, sujeitos ao poder de uma minoria, tudo por questões financeiras, de conveniência... Outro dia, quando terminou a gravação, a gente comentou ‘Caramba! As pessoas faziam isso!’.”

 

Alexandre Moreno
“Eu prefiro usar uma técnica de distanciamento para interpretar. Faço o que tenho que fazer durante a cena, mas acabou, sou eu.”

 


 

Rodolfo vende os seus ideais
Atores opinam sobre o que pensam a respeito de “traição” às convicções ideológicas
 
Em Araruna, todos estão pensando que Rodolfo bandeou-se para o lado do Barão, por causa de todo o ouro que supostamente seria herdado por ele. Na verdade, Rodolfo continua fiel aos seus princípios. O moçoilo está blefando para conseguir conquistar a confiança do sogro e atingir, finalmente, os seus objetivos abolicionistas, nem que para isso tenha até mesmo que sacrificar Rafael - o irmão bastardo da sua Sinhaninha -, que está subjugado aos mandos e desmandos do cruel Barão. Fora da trama de Sinhá Moça, é mais comum do que se imagina as pessoas optarem pelo dinheiro ou pelo poder, em detrimento da integridade das suas convicções ideológicas. Qual será a opinião dos atores? Será que as pessoas traem realmente seus princípios morais, quando lidam com dinheiro e poder?
Eduardo Pires – “Acho que não faltam exemplos para isso, vide as pessoas que detém o poder público, que fazem de tudo para chegar ao poder. As pessoas passam por cima dos valores que têm, para se manterem no ápice. Não sei até que ponto as pessoas deixam de preservar suas ideologias, mas isso, infelizmente, é recorrente no nosso país. O ser humano é facilmente corrompido, então, acho que o cenário a ser construído tem que dificultar a corrupção. O exemplo vem dos líderes, daí a importância não só do discurso ético, mas da prática também.”

 
Oscar Magrini - “Eu não acredito naquela história de que no fundo todo mundo tem um preço. Mas, para as pessoas fracas de caráter, tudo na vida pode ter um preço, sim. Tudo depende da criação que a pessoa teve. Se a pessoa é íntegra, pode rolar o dinheiro que for, que ela não vai se vender. Uma hora lá na frente, Deus te mostra um caminho diferente para você conseguir as coisas. Então, não vale a pena se vender.”

 
Caio Blat - “O brasileiro não está muito preocupado com questões éticas e morais. Todo mundo defende esses valores até o momento em que surge uma oportunidade de garantir o delas. Acho que faz parte da cultura brasileira essa infidelidade aos princípios ideológicos, infelizmente.”


 
Guilherme Berenguer - “No caso do Rodolfo, ele é muito convicto, apesar dele estar num meio onde o poder vale muito. Dependendo da relação que a pessoa tenha com o dinheiro, ela pode se corromper sim, mas o Rodolfo sabe o que quer, já que é uma pessoa que tem valores éticos. Pode passar até pela cabeça dele, mas ele não se deixa levar. O importante é estar vigilante. Todo mundo sabe onde aperta, a gente não pode menosprezar aquilo que pode mexer com a gente. O caminho de conseguir as coisas, de forma correta, é mais difícil, mas os frutos são proporcionais também.”

Desvendando Balbina
Rosamarya Colin fala de sua atuação em Sinhá Moça
 
Quando a cantora e atriz Rosamarya Colin recebeu o telefonema de Luciano Rabelo, produtor de elenco de Sinhá Moça, perguntando se ele poderia pensar no nome dela para algum personagem, logo no início da trama, Rosamarya disse que sim, mas acabou não rolando, naquele momento. O tempo passou, a novela foi sendo exibida e o convite voltou a ser feito para a atriz entrar nesse finalzinho, interpretando a escrava Balbina.

“Esse convite veio em um momento em que eu estava mal, porque tinha acabado de perder a minha mãe e o trabalho deu uma força, no sentido emocional. Mas agora estou muito feliz porque o retorno do meu trabalho está sendo muito bom. Todos estão gostando: desde os colegas de elenco e diretores até o pessoal da técnica. Então, eu fico satisteita por estar correspondendo ao crédito que depositaram em mim. Estou muito grata”, diz Rosamarya, que já atuou em outras produções da TV Globo.

 
Inspiração nas raízes
Para compor Balbina, que tem lapsos de memória, Rosamarya procura carregar bastante informação no seu olhar, além de “treinar” a sua postura física para ficar parecendo uma pessoa mais velha. Mas a inspiração veio mesmo de sua família. Rosamarya nasceu em Minas Gerais e buscou lembranças do seu tempo de infância. ”Puxei o jeito de falar e a postura da minha bisavó, que foi escrava”.

 
Atriz e cantora se complementam
Segundo Rosamarya, o seu conhecimento de anatomia vocal, como cantora, a ajudou bastante na interpretação de sua Balbina. Em contrapartida, seu trabalho atuação como atriz acabou colaborando, de certa forma, para o seu trabalho de intérprete musical: ”A atuação me ajuda também como cantora. Toda as vezes em que eu fazia um personagem, enriquecia a cantora. Em um show, canto várias canções, com letras diferentes e que exigem também uma interpretação diversa. Uma coisa auxilia a outra”.

O parto de uma estreante
Lucy Ramos conta como foi fazer a cena em que sua personagem dá à luz mais um Coutinho
 
 Qual ator não gosta de interpretar papéis que tenham algum tipo de desafio? Para os que estão iniciando na carreira, então, nem se fala. O que eles mais querem é ler o roteiro e, de repente, se deparar com alguma cena mais elaborada, que exigirá uma interpretação com reações diferentes de tudo que já fizeram antes, como aconteceu com Lucy Ramos.
 Já na sua primeira novela, a atriz teve que fazer uma cena dificílima de parto. Considerando que a trama se passa no final do século XIX, Lucy partiu do princípio de que as mulheres sofriam muito mais, uma vez que elas não dispunham dos recursos da medicina de hoje. As mulheres da época de Sinhá Moça não tinham como saber em que posição o bebê estava dentro do seu ventre. O de Adelaide, por exemplo, estava sentado. Imaginem só como a coitadinha sofreu! Lucy encarnou o espírito da época e se jogou na cena, como ela mesma gosta de dizer. “O lance de tudo é você querer fazer o melhor e se jogar em cena, foi assim que eu fiz e deu certo. Fiquei muito feliz com a repercussão e os elogios que eu recebi”, disse a estreante, que não ficou nada a dever às veteranas. 

 
 Preparação para a cena
Para que tudo desse certo e a cena saísse exatamente como o desejado, Lucy assistiu a alguns vídeos de partos complicados com a produção de arte e ainda teve o acompanhamento de uma especialista em partos difíceis, durante toda a gravação. A acompanhante dava toques à atriz de como deveria ser a respiração no momento em que Adelaide sentia as contrações. Lucy ainda contou com a ajuda da assistente de direção Roberta Richard, que, segundo ela, foi muito importante: “A Beta foi uma fofa. Ela me deu uns toques maravilhosos, que me ajudaram muito”.
A atriz Lucy Ramos ficou deitada na cama, na mesma posição, por cerca de cinco horas. “Nem quis me levantar para não sair do clima”, afirmou a atriz, que saiu exausta da gravação, mas feliz com o resultado: “Essa novela foi uma experiência incrível para mim. Então fiz essa cena, que é a conclusão da personagem, com muito amor e carinho”.

 
 Curiosidades da gravação
 Segundo a maquiadora Lindalva Veronez, a maquiagem para a atriz se resumiu basicamente a muitos borrifos de água, para mostrar o quanto Adelaide estava suando para colocar o seu rebento no mundo. “Nós fizemos tudo de acordo com o texto e com o que o Papinha (Rogério Gomes, diretor-geral) pediu. A idéia era mostrar um cansaço excessivo da personagem, através de muito suor e um pouco de olheiras”, explica a maquiadora.
Lindalva ainda contou como foi a preparação do bebezinho, de apenas 1 mês, que apareceu em cena como um autêntico Coutinho: “Não passamos quase nada na pele dele, porque, como ele era muito novinho, ficamos com receio de provocar alguma alergia.”

À moda da fazenda
Atores falam das iguarias que comem em cena
 
 Frei José é o personagem que mais come em cena, isso é fato. Também não é para menos: é jantarzinho na casa do Barão, cafezinho na casa da Dona Nina e por aí vai. Comida em cena é o que não falta; que o diga a produção de arte, que encomenda cerca de 15 a 20kg de comida por dia, entre doces e comidinhas caseiras, preparadas com aquele temperinho da fazenda. É claro que toda essa produção para lá de apetitosa agrada, e muito, aos atores e o pessoal da técnica, que vez por outra aproveitam para dar uma “beliscadinha” em cena ou fora dela

 

 Osmar Prado
“A comida de Sinhá Moça é da melhor qualidade, principalmente na fazenda do Barão. Mas a comida da época, da fazenda, em especial, tinha muito feijão com carne, coisas gordurosas e doces, então tem que se tomar cuidado para não comer demais. Procuro ir a serviço da cena, evitando misturar as coisas, mas a comida é muito boa.” 

 

 Patrícia Pillar
“Depende do dia. Às vezes, eu venho para o estúdio logo depois do almoço, aí não tenho vontade de comer mesmo. Mas, quando vai chegando o finalzinho da tarde, aí tem aquelas coisinhas de lanche para uma gravação... Hum!! São uma tentação todos aqueles doces e bolinhos maravilhosos, além dos queijos e geléias, que também são deliciosos.” 

 
 Fabrício Boliveira
“As comidas aqui são ótimas. Quando está na hora do almoço, aproveito para fazer uma boquinha. No jantar, quando eles estão comendo, espero acabar a cena para ir lá atacar. Os bolinhos e docinhos são as melhores coisas que têm na fazenda Araruna. São muito bons, um arraso! A produção de arte manda bem!

 
 Gésio Amadeo
“Eu sempre trabalho com o Benedito e geralmente as novelas dele têm muita comida. De um modo geral, em cena, não gosto de comer. É que não me agrada comer e trabalhar logo em seguida. Depois que termina o trabalho, aí sim!”



De Guilherme a Eduardo!
Ator conta como é a experiência de fazer uma novela de época
 
Quem vê Guilherme Berenguer interpretando um jovem engenheiro em Sinhá Moça não imagina como é importante se preparar para mergulhar naquele universo. Afinal, são outros tempos, não é mesmo? Os costumes eram outros, a economia era outra e, principalmente, a política era outra. O ator participou do videochat da Globo.com e contou alguns truques que usa em cena. Dá uma olhada!

Você sentiu alguma dificuldade em entrar na novela, quase no fim da trama?
Confesso que num primeiro momento senti sim um certo receio, mas canalizei este receio em desafio. Logo que oficializamos a minha participação, corri para estudar como seria o personagem e fiquei tranqüilo. Preciso evidenciar que uma novela como esta é fruto de uma equipe. Fui recebido com muito carinho e não tive medo.

Quais são as maiores dificuldades em fazer uma novela de época?
As maiores dificuldades são convertidas em desafios. Acho que é a maneira como você fala, que é diferente dos dias atuais. É um desafio, não chega a ser uma dificuldade. É divertido você se contextualizar na época.

Que elementos ajudam a inserir o ator no universo em que se passa a trama?
Sinhá Moça se passa no auge do café... É muito importante evidenciar o cenário, o tipo de roupa, escutar quem está falando com você, para que você se sinta também com aquele comportamento. Desta maneira você tem consciência do ambiente e do personagem. Mas, em primeiro lugar, o ator deve buscar nele próprio referências para a criação do personagem.

A Voz de Araruna
Saiba como é produzido o jornal que incendeia a cidade!
 
O jornal “A Voz de Araruna”, apesar do seu pequeno porte, desempenha um papel importante na cidade em que circula, expondo em suas páginas os ideais abolicionistas. O último artigo publicado denunciou as atrocidades cometidas pelo poderoso e temido Barão, causando rebuliço entre os leitores. Um impresso de destaque como esse não poderia deixar de receber atenção especial da produção de arte da novela, que concebeu a idéia do periódico a partir das diretrizes dos autores. Segundo o produtor de arte André Soeiro, o jornalzinho da pequena Araruna é inspirado na diagramação do extinto jornal “A Província de São Paulo”, de 1875. “A produção de arte concebeu o primeiro número e os posteriores foram produzidos pelo departamento de Computação Gráfica, que deu o formato final”, explica o produtor. 

 
Reprodução dos impressos
Para este último número do “A Voz de Araruna”, em que o periódico está denunciando os crimes na fazenda do Barão, foram impressos dez exemplares. Como os jornais da época, “A Voz de Araruna” tem letras muito pequenininhas, mas a pauta principal deste importante número para a história de Araruna foi feita com letras maiores, para que os atores pudessem ler em cena sem ter que usar uma lupa. Não que os atores sejam míopes, mas é porque as letras são bem miudinhas mesmo!Segundo João Alvernaz, do departamento de Computação Gráfica, a idéia era chegar o mais perto possível do que eram os jornais de pequeno porte da época. “Quase todas as edições eram borradas, porque havia exageros de tinta na impressão, que ainda era precária. Algumas letras ficavam ilegíveis, o que comprometia a leitura”, explica o designer.

 

É... Como você pode ver nas fotos, a leitura desses jornais devia ser bastante cansativa mesmo. Porque, além de as fontes serem pequenas e, ainda por cima, borradas, também não existiam imagens ilustrativas. Mas para o leitor de Araruna o que importa é tudo que está sendo revelado pelo singelo – mas honesto – “A Voz de Araruna”. E como costuma dizer o velho Augusto, vale o que está escrito!