Sinhá Moça

A grande FamíliaA Diarista

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História
Amor à primeira vista
Rodolfo e Sinhá Moça se conhecem no trem de volta à Araruna
Brasil, 1886. Em um vagão de trem de primeira classe, nossa heroína viaja feliz. Depois de um longo período de estudos na capital da província, Sinhá Moça está voltando para casa. De repente, adentra o vagão um belo rapaz, todo atrapalhado com suas malas. Abre um sorriso e puxa conversa: “com licença, senhorita... Espero não incomodá-la...” Mas ela está incomodada. Pior: chega a ficar aborrecida com o atrevimento do jovem! Ele percebe, mas se faz de desentendido. E continua a prosear... Até que ela ameaça chamar o chefe do trem

Mas Rodolfo não se rende! Senta no banco em frente ao da nossa Sinhá. Ela se fecha e ele insiste: “Engraçado, eu tenho a impressão que já a conheço de algum lugar...” Ela responde irritada e ele continua a tagarelar, o corajoso: “Meu nome é Rodolfo Fontes, sou formado pela faculdade de Direito da Capital da Província. Estou voltando para casa. Meu destino é Araruna...” Nesse instante, como num passe de mágica, Sinhá muda de postura e parece se interessar: “Araruna?” Pergunta ela. “Como é mesmo que o senhor se chama?” Pronto! Ao descobrir que o doutorzinho é filho de um conhecido de seu pai, Sinhá começa a se entender com ele. Mais que isso. A partir daí, a conversa parece mais uma deliciosa prosa entre bons e velhos amigos.

Os dois recordam os tempos de criança, em que ela freqüentava a missa e ele fazia suas travessuras do lado de fora da igreja, e a viagem ganha um colorido novo, com tantos sentimentos aflorando no peito. O perigo se dá quando ela resolve conversar sobre Castro Alves, o poeta do abolicionismo. Rodolfo sabe que está diante da filha do maior escravocrata da região e não quer perder pontos com a bela moça. Saca então da memória um verso de amor, para decepção de Sinhá Moça. Ela é abolicionista! Estava justamente testando o rapaz.

Mas como ele poderia imaginar que uma abolicionista teria crescido no seio da família Ferreira?

O conturbado amor de Sinhá Moça e Rodolfo
O advogado ganha a afeição do Barão, mas pena para conquistar a mocinha.
Sinhá Moça e Rodolfo se conhecem num trem. Apaixonam-se ali. Ali também se decepcionam. É que o pobre rapaz sabe que está diante da filha do Barão de Araruna, o maior escravocrata da região. Sua vontade de impressionar a mocinha é tanta, que acaba metendo os pés pelas mãos. Defende a escravatura justo para ela, abolicionista ferrenha. E esse dilema ainda vai atrapalhar e muito a vida desse casal..

Quando chega em casa, Rodolfo tem uma idéia fixa: visitar Sinhá Moça. Segue com o pai, rumo à fazenda do barão. Pisando em ovos, se passa por escravocrata e capricha no discurso contra a abolição. Ganha de primeira a afeição do pai da amada, mas em compensação, decepciona ainda mais a bela.

E as visitas se repetem, cada vez mais amiúdes. O Barão pensa até em casamento. Está feliz com o bom partido que arranjou para a filha. Planeja inclusive ser representado pelo “genro” junto ao governo. Quanto ao “sogro”, Rodolfo não tem do que reclamar. O problema é Sinhá Moça. Está odiando esse pretendente tão parecido com o pai. Já basta um escravocrata em sua vida!

A ajuda vem de Frei José, que avisa Rodolfo: “Sinhá Moça é abolicionista”. Rodolfo então conta a verdade a Sinhá Moça e o amor dos dois finalmente floresce como tinha de ser. Mas nem tudo são flores. Por diversos momentos, Sinhá Moça duvida de Rodolfo...

Junto com as dúvidas vem uma ameaça ainda maior: um outro amor. Quando um tal cavaleiro mascarado começa a libertar os escravos, Sinhá Moça esquece Rodolfo completamente! E o pior: cisma que se trata de Rafael, o menino com quem brincava quando criança... Mas Rafael é seu irmão! E se não for ele, o cavaleiro? Será o verdadeiro herói uma ameaça ao amor de Rodolfo e Sinhá? Como são árduos os caminhos do verdadeiro amor rumo a um final feliz!

As guerras do Barão
Mesmo perdendo o controle da cidade, ele mas não se rende.
O temível Coronel Ferreira, que mais tarde ganha o título de Barão, herdou uma grande região de Araruna desbravada e colonizada por seu pai e o viu trabalhar arduamente para formar seu patrimônio. Por isso, luta com unhas e dentes por tudo o que considera seu por direito, incluindo os negros escravos.

É o homem mais rico de Araruna. Mais influente também. Casado com a doce Cândida, que sofre calada com o tratamento que seu marido dá aos escravos da fazenda, ele mantém seu domínio à força. Não tem uma pessoa na cidade que ouse ir contra ele. Pelo menos até a volta de Sinhá Moça, Rodolfo e Rafael. Por incrível que pareça, a filha, o homem que ele elegeu para genro e seu filho bastardo são as maiores ameaças a seu reinado.

Os abolicionistas travam guerra
Encorajados pelos movimentos ao redor do país, eles defendem a abolição. O tráfico de escravos já é proibido, os filhos das escravas nascem livres por lei... Esse parece ser um caminho sem volta, mas o Barão vai fazer de tudo para que Araruna continue exatamente como é: um reduto escravagista dominado com mão de ferro por ele e sua corja de aliados.

E o pior é que eles são muitos. Movidos por um ódio mortal, o feitor Bruno e seus capangas, o capitão do mato e sua turma e o delegado e seus funcionários formam uma verdadeira tropa de choque contra os negros fujões e os brancos abolicionistas. Sem contar com a força dos fazendeiros escravocratas, os maiores interessados em manter a escravidão operante.

Essa é a missão do Barão de Araruna, que trava duas grandes guerras em sua vida. A primeira, pública, contra os abolicionistas. A segunda, e talvez a mais árdua, travada dentro de casa, contra a filha, o genro e o filho varão que nem sabe que existe.



O retorno a Araruna
Rafael cresce e volta como Dimas, jurando vingança
Depois de ser vendido ainda menino pelo próprio pai, o Coronel Ferreira, e crescer com possibilidade de estudo, Rafael vira um moço culto e astuto. Em sua cabeça, um único obejtivo: vingar-se do Barão de Araruna e conquistar o que é seu de direito

A chegada de Rafael a Araruna se dá no mesmo dia e no mesmo trem que Sinhá Moça volta de sua temporada na capital. Apresentando-se como Dimas, ele vai até à casa de Augusto e oferece seus serviços. O tipógrafo e sua neta Juliana estranham, porém se deixam seduzir pelo sorriso faceiro do rapaz. Sua habilidade com o componidor e a facilidade com as palavras também parecem uma verdadeira dádiva. Mas como pagar o trabalho de alguém tão preparado?

Dimas diz não precisar de muito, quer apenas casa e comida. A única condição que impõe é que não façam perguntas sobre seu passado. Augusto reluta, mas acaba aceitando a proposta. O anonimato de Dimas é que não dura muito: Frei José logo o reconhece. Com os olhos marejados, descreve o menino que freqüentava suas missas ao lado de Sinhaninha. Resta saber quando essas lembranças se tornarão públicas.

Rafael se apaixona
Juliana nem desconfia da história, mas não se preocupa: está amando e sendo correspondida. Mas e quando a verdade de Dimas vier à tona? Será que Juliana vai continuar amando alguém que mentiu para ela? E quanto a Rafael? Há lugar para a paixão num coração tomado pelo desejo de vingança?

A cena será exibida na sexta-feira, dia 17 de março.



Ana do Véu: a prometida
Ana cresceu sonhando com o dia em que se casaria com Rodolfo, mas é o irmão dele quem se interessa por ela.
Imagine ver o mundo por detrás de um véu. Mais que isso! Imagine que o mundo te veja por detrás desse véu. Esse é o drama de Ana do Véu, filha do comerciante Manoel Teixeira e sua mulher Nina.

Destino traçado por uma promessa
Há muitos anos, grato ao jovem advogado Dr. Fontes, que o defendera num processo difícil, Teixeira ofereceu sua única filha para o menino Rodolfo. A esperança que o bacharel aceitasse sua Ana como nora era tão grande que Dr. Fontes chegou a ficar sem ação. Apenas sorriu, sem imaginar que o casal tomaria aquele gesto como um sim. Nina então fez uma promessa à Santa Rita: jurou que a filha andaria com o rosto coberto por um véu, só podendo tirá-lo quando subisse ao altar com Rodolfo. Se por acaso isso não acontecesse, haveria de se tornar freira! Pobre Ana... Virou chacota na cidade, perdeu amigos, mas agüentou tudo calada, sonhando com uma vida feliz ao lado de Rodolfo.

De volta à cidade, Rodolfo reluta e por várias vezes adia o encontro com sua prometida. Só cede depois que o pai promete acompanhá-lo em sua primeira visita à fazenda do Barão de Araruna. Sem saber desta condição, Ana se arruma com capricho para o tão esperado encontro. Um misto de ansiedade e alegria também toma conta de Teixeira e sua mulher.

Compromisso desfeito?
A felicidade, porém, dá lugar ao desconforto quando Rodolfo insiste em ver o rosto de Ana. Nina é categórica e nega o pedido, por causa da tal promessa. Em meio ao impasse, a pobre menina se fecha atrás do véu e só consegue oferecer o bolo que preparou com tanto esmero, irritando ainda mais o jovem advogado. O rapaz dá logo um jeito de se retirar e Ana fica ali, com o choro preso na garganta.

Um noivado diferente
Depois desta experiência, Rodolfo tem mais certeza ainda de que o acordo não tem cabimento, mas é difícil desfazer a situação. Na tentativa de ajudar o irmão e comovido com o sofrimento de Ana, Ricardo se propõe a ir à casa da moça e contar-lhe que o advogado não pretende honrar o compromisso. A emenda é pior que o soneto! Depois de vencer a timidez, pedir para conversar a sós com Ana e cochichar em seu ouvido toda a verdade, Ricardo não se agüenta de pena. A pobre não esconde a tristeza e o medo de ir para um convento.

Justo nesse momento, Nina entra na sala e questiona o que os dois haviam conversado. Ricardo responde: Meu irmão pediu para que noivasse no lugar dele. Nina não gosta da idéia, mas acaba aceitando. E assim, Ricardo passa a visitar freqüentemente a casa dos Teixeira, alimentando cada vez mais o sonho de ver o rosto de Ana. Chega até a ter pesadelos com uma mulher horrorosa, escondida por trás daquele indefectível véu! E a partir daí, o drama não é mais só de Ana, mas também de Ricardo, que afinal, se apaixonou pela prometida do irmão.

Unidos em busca da liberdade
Os negros ganham a ajuda dos brancos na luta contra a escravidão
Quando a novela começa, o tráfico de escravos já havia sido proibido por lei. Mas o Barão é a lei de Araruna. Ele não pode perder essa fonte renovável de mão de obra! Para suprir essa carência, foram criados os escravos reprodutores. Dentre eles, Pai José, o último reprodutor da fazenda do barão. Só que essa fonte também seca, quando o próprio barão ordena ao feitor Bruno que lhe desfira as chibatadas fatais.

Antes de morrer, Pai José planta a semente da liberdade
A morte de Pai José é muito sofrida. Muitos são os filhos e netos que choram a perda daquele que era considerado rei. Mas quem é rei nunca perde a majestade. Durante os últimos minutos de sua vida, ele planta a sementinha da liberdade no peito de seus descendentes.

O sonho da liberdade corre nas veias dos descendentes do rei
E são justamente dois de seus filhos, que anos mais tarde, vão iniciar o processo de fuga dos escravos de Araruna: Justino e Fulgêncio. Infelizmente, a primeira tentativa não dá certo. Para agravar a situação, Fulgêncio perde a visão ao ser açoitado pelo Barão. Mas a cegueira é apenas física. Pai José abriu os olhos desses escravos para a liberdade. E graças à ajuda de alguns brancos abolicionistas, eles vão vencer essa disputa.

Os brancos se unem aos negros na luta
Sinhá Moça é a primeira. Não hesita em enfrentar o pai e amenizar as dores dos escravos, causadas pelas ordens paternas, cumpridas com crueldade pelo feitor Bruno. Rodolfo é outro, que se mexe por trás dos panos e encoraja um grande grupo a agir em prol do abolicionismo. Grupo formado por filhos de fazendeiros abolicionistas, ajudados ainda por Frei José, seu sacristão, Bobó, o tipógrafo Augusto e Dimas, que na verdade é Rafael, filho bastardo do barão. O caminho dos negros é longo, árduo e penoso, mas a liberdade lhes aguarda no fim do túnel.



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