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O tempo segue na celeridade peculiar, também deixando suas marcas. Em 4 anos de visitas à sala B, pudemos acompanhar parte destas mudanças. Amigos que vão e que vem, como diz a música. Momentos de muita alegria e descontração, pois quanto nos faz bem saber que somos queridos e que podemos desejar tanta felicidade a alguém tão distante fisicamente (muitas vezes nunca tendo sequer visto pessoalmente). Situações em que a pressão da vida real faz com que o mundo virtual seja uma válvula de escape ou o único ambiente respirável que nos resta. Estamos sujeitos a ciúmes, invejas, discussões, pois somos seres humanos, ainda distantes da perfeição. Mas, isto faz parte. Imaginem vocês, grandes amigos, uma época mais adiante, muitos de nós já temos nossos filhos, outros até netos - tá bom, não vou contar ... (se não sair o nome é porque o Diretor vetou) *ggg*. Chegam os jovens:
- Quanta teia de aranha! Écaaaaaaaaaa! (neta da
Vampira).
- Vocês tem certeza que a sala é essa? A vovó falava em B, C, D, E, aliás, acho que ela visitava todo o alfabeto. (neta da Gota de Mel).
- É sim. Olha a foto do vovô naquele quadro... Diretor Geral do Jornau do Mau? E ele algum dia foi escritor? Nunca contou. Humpf. (neto do Anjo Mau).
- Meu avô contava pra todo mundo, afinal ele era carioca da gema, muito embora tenha nascido em Juiz de Fora, Minas. (neto do
JR**).
- A vovó era fã de um político de lá. (neta da
Morgana).
- O que é político? (neta da Gatona, olhando bem para o sofá e indagando se não estaria contaminado).
- Ah. Eu estudei sobre eles. Foram abolidos junto com os advogados. (neta da
Menin@)
- Minha avó era dessa seita. (neta da Jacque)
- Não sei como os dentistas continuam trabalhando, apesar de ninguém ter mais dentes. (neta da Vida*)
- Minha avó foi uma das pioneiras na nova orientação profissional. Quando ela mudou pra Argentina lançou o uso das próteses nos passos do tango. (neta da
Jully).
- Só não entendo uma coisa. Como eles falavam tanto se nem havia chat em 4 dimensões, nem recursos de holografia e muito menos projeção do corpo astral? Será que eles viajavam tanto como o meu avô que morava lá em Recife, no tempo em que havia água na represa? (neto do Leão).
- O mundo era tão diferente. Imaginem que ninguém desconfiava que Itaiópolis seria a nova potência mundial. (humilde esse garoto – puxou o avô)
O importante é que hoje eles nem precisam mais de computador, muito embora já estejam quase curados da LER. Foi mesmo uma boa idéia internarem todos no asilo.com !
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