domingues pinto
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Queria fazer desta poesia um bolo doce para o mata-bicho de toda gente pela manhã Mas como que ignorando os pastéis que faço (e queria tornar hábito do povo como o bacalhau pelo natal) eles vão comendo os de nata e bebendo galões. |
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Nero enlouqueceu Arderam os bordados no linho nas madeiras preciosas ficaram marcados os dedos nas portas - que não conseguiram abrir rebentaram ânforas, derreteu ouro Nero suicidou-se enquanto Roma ardeu com a loucura carbonizaram restauros impossíveis. |
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Os mosquitos suicidam-se caem no tampo da mesa sobre as folhas brancas há ainda alguns no tecto tácticos de ataque que em queda livre se atiram sobrevoando a mesa. Veio-me agora morrer um na mão, que caiu do céu às cambalhotas. |
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Esta distância que me faz dizer coisas e traz miragens delírios paisagens ondulando o teu ser. |
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As pessoas engolem-se para estômagos do nada E com gritos de bruxas se entretêem nas máquinas aos tiros; Queimam-se com risos tentam-se explicar com expressões hereditárias, olham curiosas, para tentar descobrir e ficam naquele estômago do nada abrem tampinhas cansadas de nada encontrar; e depois e depois e depois não digo mais nada. ~ |
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O ministro chegou com a Lei. Ordem sagrada. Desgraçada submissão. E entram-me pela porta os Soldados das Finanças. Beijinhos. Beijinhos. Sou uma Puta submissa |
domingues pinto ~ fernando pereira ~ joão damasceno ~ josé d'alemão ~ manuel portela ~ m. pinto febre |