Gênesis e Moisés

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Como teria sido a vida
Gênesis e Moisés
A volta de Cristo
Êxodo até Salomão
Introdução

 

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01 - Quem escreveu Gênesis? Os livros da Bíblia foram escritos depois dos fatos?

02 - Quando Lucas escreveu? Chrestus e Christus foram a mesma pessoa?

03 - Um Isaías só? Pedro escreveu de Babilônia ou de Roma?

04 - Quando Daniel viveu? As 69 semanas até o Cristo.

05 - Jesus nasceu em?

06 - Jesus histórico. A urna funerária de Tiago é falsa?

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01 - Quem escreveu Gênesis? Os livros da Bíblia foram escritos depois dos fatos?

 

De uns duzentos anos para cá, surgiu um modo novo de análise da Bíblia. Com base no estilo do escritor, nas palavras ou grupos de palavras usadas, bem como na idade do livro, procuram "descobrir a sua verdadeira autoria".

 

É a teoria documentária ou alta crítica.

Críticos das Escrituras sempre existiram. Gente como Marcião e Celso, por exemplo, que logo no segundo século cristão já não concordavam com a Bíblia. O primeiro não acreditava no Antigo Testamento. O segundo era contra os cristãos. Algumas décadas depois, surgiu Porfírio, dizendo que o livro de Daniel NÃO havia sido escrito na época do exílio babilônico e sim depois, na época Grega. E assim por diante.

Mas, de meados dos "anos 1800" em diante, com o surgimento do alemão Julius Wellhausen, as coisas mudaram, na forma e no volume. As críticas aumentaram e NÃO pararam mais, até os dias atuais.

Por exemplo, se os escritos têm dois estilos diferentes, começaram a dizer que foram feitos por DUAS pessoas. Se num certo trecho é empregado com freqüência algumas palavras ou grupo delas que não são empregadas em outros trechos, diziam e ainda dizem que essas duas partes foram escritas por dois autores.

Essa análise, porém, é confusa, pois o fato de se escrever com dois estilos não quer dizer que a obra foi feita por dois escritores. “O poeta inglês MILTON escreveu o seu poema mais famoso num estilo, a sua segunda obra com outro estilo e a terceira com um outro, ainda.”  Um só autor usou de 3 (três) estilos diferentes. E esse não é o único caso.

 

O fato de se usar algumas palavras ou grupos delas num certo trecho e não usá-las em outros, parecidos, também não quer dizer que esses trechos foram escritos por duas pessoas, até pelo contrário, mostra que o escritor procura não ser repetitivo. Mesmo quando os escritores repetem algumas palavras, muitas vezes tal REPETIÇÃO é usada para acentuar ou “dar ênfase” a algum ponto, no qual eles julguem que, com as palavras repetidas, ficaria melhor esclarecido. Mas isso não quer dizer que ele sempre usará desse recurso. Poderá usá-lo em uma parte e não usá-lo em outra. Portanto, usar ou não certos moldes ou estilos e repetir ou não certas palavras, NÃO revela, obrigatoriamente, a autoria de quem escreveu.

 

No entanto, a intenção principal dessa teoria é contradizer a integridade da Bíblia. Com ela, os críticos querem mostrar que os escritos NÃO foram produzidos pelos autores considerados originais nem foram feitos no tempo em que as Escrituras mostram.

Com esse tipo de análise, bem duvidosa, querem fazer crer que GÊNESIS, o primeiro livro da Bíblia, na forma que o conhecemos hoje, não foi escrito apenas por Moisés, mas sim por treis escritores ou por treis fontes diferentes, pelo menos. Esse livro conta, de um modo simples, a criação da Terra e de tudo o que existe sobre ela. Conta sobre o Dilúvio, sobre a divisão dos povos, sobre Abraão (ou Abrão) e termina com a entrada de Jacó (ou Israel) no Egito.

 

Dizem que quando se emprega o nome de Deus, JHVH (ou YHWH), o escritor ou a fonte é “Javista ou J”. Se em vez de se usar o nome, usa-se o título Elohim, dizem que a fonte é “Eloísta ou E” (Elohim é o plural da palavra "Deus" em hebraico.  Em alguns casos é plural normal, de número. Em outros, quando se refere ao Criador, dizem que "Elohim" é plural majestático, ou seja, um plural que não indica quantidade, mas sim uma qualidade excelente, ou a majestade, de Deus).

Aspectos ligados à Criação são atribuídos ao escritor ou fonte “Sacerdotal ou P (de Priest Codex). Dizem que foram escritos pelos sacerdotes, durante e após o exílio na Babilônia, por volta dos anos 580 até 450 AEC, mais ou menos (Veja "escrito em").

 

Portanto, eles identificam "três fontes", no mínimo,  como sendo os verdadeiros autores de Gênesis. Mas apenas "dizem" isso. Provas, mesmo, NÃO existem nenhuma. Não é à toa que, até hoje, essa hipótese absurda continua sendo "uma teoria". Na realidade, tais divisões mais parecem "uma brincadeira"!

Qualquer pessoa, numa análise séria, veria que um só escritor poderia usar as duas formas de tratamento, ou seja, poderia usar tanto o nome (JHVH) como os títulos (Deus, Senhor, Criador, etc.), quando se referisse a Deus. Nunca houve uma regra determinando que, em certa obra ou em trechos dela, deveria ser usado apenas um tipo de tratamento, de estilo ou de palavras. Cada escritor comporia o seu texto de acordo com o que quisesse transmitir, seguindo uma lógica determinada apenas por ele. Poderia reunir um ou mais estilos, repetir  ou não certas palavras e fazer uma parte da obra diferente da outra. Sua única preocupação seria encaixar bem os pontos que quisesse transmitir. Tanto é assim que, neste trabalhinho, por exemplo, há páginas com "caracteres, parágrafos e formas de 'grifos' diferentes". Há alguns parágrafos com palavras repetidas e outros não e todas essas variações foram definidas por um único autor.

E, quando se refere a Deus, esse mesmo autor usa as duas formas de tratamento (tanto o nome como os títulos).

 

Ademais, se fossem aplicadas em outros livros históricos essa análise e divisão que fazem, "se veria" que os autores ORIGINAIS do passado, fora da Bíblia, também “não teriam escrito os seus livros”. E o gozado é que chegaram a aplicar, mesmo, essa teoria documentária nos escritores clássicos, como Homero, Virgílio, etc. Contudo, depois de a aplicarem, eles próprios viram que as "divisões" ficavam sem sentido. Viram que, dividindo o conteúdo dos livros, eles perdiam muito das características que o autor criava. Um Homero não parecia, mais, um Homero. Um Virgílio não parecia, mais, um Virgílio e assim por diante.

Portanto, NÃO a aplicaram mais nos escritores famosos.

Não a aplicaram nos escritores clássicos, mas continuaram aplicando-a na Bíblia. Aliás, somente na Bíblia. Hoje em dia, praticamente, só aplicam tal teoria nas Escrituras.

Inclusive, ela é ensinada nas Faculdades Teológicas.

Não é à toa que muitos religiosos, que são formados por essas escolas, não tenham mais fé nos ensinamentos bíblicos.

Apesar de ser amplamente divulgada e muito conveniente para os críticos, a própria divisão é confusa e parece não resistir a uma análise séria.

 

Por exemplo, em “Gênesis 1:1, por se ter usado o verbocriar”, dizem que foi escrito por fonte “P” (sacerdotal). Entretanto, em Gênesis 6:7 é usado o mesmo verbo, mas, aí, dizem que o trecho foi escrito por fonte “J” (javista).”

“Em Gênesis 12:5 – 13:12 – 16:13 e 17:8, usam a expressão “terra de Canaã” e, por isso, dizem que foi escrita por fonte “P” (sacerdotal). No entanto, nos capítulos 42 – 44 – 47 e 50, também usam a mesma expressão, porém dizem que esses capítulos foram escritos por fontes 'J e E'.” 

Tudo fica contraditório.

Será que, com essa divisão que fazem, não estão apenas procurando ajustar a História, de acordo com o que querem crer? Mais adiante, veremos que isso realmente acontece, no caso do livro de Isaías (Veja "Isaías").

 

Antes dessa teoria, pelo menos a maioria considerava que os cinco primeiros livros da Bíblia haviam sido escritos por Moisés e que ele os escrevera por volta de 1470 AEC, cerca de 40 (quarenta) anos após a fuga do Egito (que ficou conhecida como Êxodo). Contudo, tais críticos diziam que isso não poderia ter acontecido, considerando que, naquele tempo, “os israelitas NÃO sabiam escrever nem tinham um alfabeto”.

Porém, em 1904, na península do Sinai, acharam inscrições semitas antigas,  datadas dos anos 1500 AEC ou anteriores. Sir Alan H. Gardiner decifrou-as em parte, em 1916. Em 1948, outra equipe de arqueólogos completou o trabalho. Isso mostrou que os críticos estavam redondamente enganados, pois aquelas "... famosas inscrições do Sinai constituem os primeiros passos do alfabeto semítico setentrional, que é o antepassado direto do nosso alfabeto atual. Esse alfabeto era usado na Palestina, em Canaã e nas repúblicas marítimas fenícias. Pelo fim do nono século a.C. foi adotado pelos gregos.  Deles passou para Roma e daí espalhou-se pelo mundo." (WK – fls. 125)

O que a Bíblia diz é sempre digno de confiança. Em todos os assuntos, ela procura mostrar o que realmente ocorreu e não o que seria conveniente relatar. Se havia dito que os israelitas escreveram os livros iniciais, não havia por que duvidar. Como ficou provado, eles os escreveram mesmo.

 

No entanto, não há um único texto, na Bíblia, dizendo diretamente que Moisés escreveu o livro de GÊNESIS, mas as referências internas apontam para que isso tenha acontecido, além do fato que os israelitas (ou judeus) nunca duvidaram disso.

No tempo em que toda a Bíblia foi escrita, os cinco livros iniciais dela, ou seja, os livros de Gênesis, do Êxodo, de Levítico, dos Números e o Deuteronômio, formavam um conjunto só.

Todos eles juntos eram conhecidos por “TORAH”, que em hebraico quer dizer “A Lei”. Depois, ao serem traduzidos para a língua grega, todos eles juntos ficaram conhecidos por “PENTATEUCO”, que quer dizer “cinco rolos (ou volume quíntuplo).  

A dificuldade maior que encontram, hoje, para definir a autoria de Gênesis, é que, antigamente, quando citavam MOISÉS, não era determinado de qual livro falavam, pois consideravam todos aqueles cinco livros iniciais como sendo escritos por ele. Se fossem citar Adão e Eva, por exemplo, não falariam o nome do primeiro livro, onde se encontra a história. Falariam que "Moisés escreveu" ou conforme "estava escrito" ou como "as Escrituras dizem", etc.

Nunca citariam tal livro pelo nome (grego) de Gênesis, como ele é conhecido nos dias atuais, nem pelo seu nome original (hebraico), como era conhecido na ocasião de sua escrita.

 

Depois de Moisés,  quando escreveram outros livros na Bíblia, quase todos o  citaram, tanto nas Escrituras Hebraicas (ou Velho Testamento) como nas Escrituras Gregas (ou Novo Testamento). Porém, quando tais escritores faziam citações dos cinco livros iniciais continuaram não falando o nome do livro, diferentemente do que se faz hoje. Dessa forma, como já visto, quando se falava que “Moisés escreveu” ou que “se lia Moisés” nas sinagogas ou nas assembléias sabia-se que a referência feita abrangia todos os cinco livros iniciais, incluindo-se o primeiro deles (o de GÊNESIS), pois todos eram considerados como tendo sido escritos por Moisés.

Naquelas reuniões, não se falava apenas na “Lei de Moisés”, que era a soma dos dez mandamentos com todos os outros mandamentos e regulamentos que foram transmitidos por ele, após a fuga do Egito. É evidente que se falava, também, dos assuntos ocorridos antes dessa fuga se realizar, tais como as coisas sobre Adão e Eva, Noé, Abraão, Jacó, etc. E para falarem disso teriam de recorrer ao primeiro livro, pois tais detalhes se encontram em Gênesis.

 

Em João 5:46,47, Cristo diz, para os seus opositores, que “Moisés escrevera a seu respeito e que se acreditassem em Moisés acreditariam nele”. E em Lucas 24:27 mostra que Cristo “explicou as Escrituras, nas coisas que diziam respeito a ele, começando por Moisés e, depois, por todos os profetas”.

Ora, se Cristo explicou as Escrituras, desde o início, nas coisas que diziam respeito a ele, foi obrigado a mencionar o livro de Gênesis, porque é nele que está contada a “história de Abraão”, acontecida muito antes da fuga do Egito. E é nessa história que Deus faz a promessa de que “todas as nações seriam abençoadas por meio do descendente” de Abraão (Gênesis 22:15-18). Essa foi a primeira declaração a respeito de um semita, que salvaria toda a humanidade e que, mais tarde, se revelaria no próprio Cristo. Antes disso, no mesmo livro e na mesma história, é relatado o encontro de Abrão com o sacerdote Melquizedeque (ou Malki-Sédeq), conforme Gênesis 14:18-20. Bem mais tarde, o livro de Hebreus, capítulo 7, explicaria que Melquizedeque tinha sido semelhança ou tipo do SACERDÓCIO que Cristo exerceria no futuro, não só a favor dos judeus, mas a favor de toda a humanidade.

 

Parece ficar claro então que, na sua explicação, Cristo NÃO poderia deixar de citar esses detalhes, que seriam o seu ponto de partida. Portanto, deveria ter começado daí, ou seja, deveria ter começado pelo livro de Gênesis.

Mas Lucas 24:27 diz que, na explicação, ele “começou por Moisés”. Portanto, parece evidente que este é um dos casos em que ao se fazer a citação de Moisés estão sendo citados todos os cinco livros que ele escreveu, inclusive o Gênesis. Na certa, Jesus teria começado por Gênesis, onde se encontram as informações iniciais a respeito do futuro Cristo.  Na sua explicação, talvez tenha citado outros livros escritos por Moisés também, como Deuteronômio 18:18,19, etc. Tenha ou não citado outras partes, porém, com certeza NÃO poderia ter deixado de citar o primeiro livro da Bíblia atual.

Portanto, Jesus usou as informações que Moisés havia escrito a seu respeito. E se tais informações se encontram em Gênesis, parece evidente que esse livro INICIAL foi escrito por ele.

 

Que Moisés poderia ter escrito ou compilado aquelas histórias antigas, desde Adão até os dias dele, não deveria causar esta descrença atual, pois fica claro que, para relatá-las, ele teria se baseado em registros mais antigos, que tanto poderiam ser registros  escritos como poderiam ser registros orais, contados pelos mais velhos.

Que já existiam registros escritos, naquela época, fica claro em Números 21:14, quando Moisés cita o “livro das guerras de JHVH”.

Em Gênesis 14, há o relato de uma guerra na região de Sodoma e Gomorra, na qual Abraão libertara o seu sobrinho Lot. Essa guerra ocorrera  cerca de 460 anos antes de Moisés escrever o livro de Números. Talvez o registro desse fato se encontrasse naquele livro das Guerras” citado (Veja "Sodoma").  

 

Embora tivesse se passado muito tempo entre Abraão e Moisés, os registros eram mantidos, como se pode ver mais tarde no tempo do Rei Davi. Nesse tempo, logo após a morte de Saul (1077 AEC), ele cita o “livro de Jasar” (na TNM) ou “livro do Justo” (na TEB) ou “livro do Reto” (na Almeida), que, além de conter poemas, contava coisas acontecidas nos dias de Josué, que vivera  em 1467 AEC, ou em cerca de 390 anos antes da morte de Saul (II Samuel  1:17,18 e Josué 10:13).

Apesar desses registros escritos não existirem mais, fica claro que no tempo da escrita da Bíblia tanto eles como outros, mais tarde, forneceram DADOS para que se formassem os livros bíblicos definitivos, tais quais os conhecemos hoje e que já existem com esse conteúdo desde o ano 100 EC.

Quanto aos registros orais, contados pelos mais velhos, seriam muito mais fiéis do que os de hoje, pois as pessoas viviam muito mais anos do que agora e, por terem uma saúde mais perfeita, poderiam lembrar-se dos detalhes dos seus passados com maior lucidez do que os de hoje podem. Por isso, os seus relatos “de pai para filho” não teriam sido muito alterados.

Por exemplo, para saber das coisas de ADÃO até os seus dias, Moisés contaria com essas ligações: Adão conviveu  243 anos com Metusalém. Metusalém conviveu 98 anos com Sem, que era seu bisneto, antes do Dilúvio. Depois disso, Sem conviveu mais 350 anos com Noé, além de conviver com Abraão por 150 anos e com Isaque por 50 anos. Isaque conviveu com o seu neto Levi por 33 anos. Levi conviveu com o seu neto Anrão por 69 anos. Anrão foi o pai de Moisés. Anrão viveu por 20 anos no tempo de Moisés.

 

Portanto, para Moisés se ligar a Adão, bastaria consultar os seus pais, que conviveram com Levi, que convivera com Isaque, que convivera com Sem, que convivera com Metusalém, que convivera com Adão.

DEUTERONÔMIO foi o último livro que Moisés escreveu a respeito das coisas que ocorreram depois da fuga do Egito. Na parte final dele, são mostrados os seus últimos atos, inclusive a sua morte.

Antes disso, em Deuteronômio 31:24-30, ele deixa bem claro que além de ter falado tudo o que Deus queria que o povo fizesse deixaria, também, tudo por escrito, pois sabia que após a sua morte o povo logo se esqueceria de suas palavras. Assim, quando o lessem, as pessoas se lembrariam do que lhes havia falado e teriam maior respeito com Deus.

Fica claro, porém, que a última parte ou o “fechamento” de Deuteronômio, que fala sobre a sua morte, foi escrita por outra pessoa. Mais tarde, no caso de Josué, ocorreu a mesma coisa. Após a morte dele, outra pessoa fez o “fechamento” do seu livro.

Mas isso não quer dizer que Moisés NÃO escreveu as partes ou os livros anteriores. Poderiam ter feito o “fechamento” do seu último livro ou, até, de seus outros livros, porém quem os escrevera em primeiro lugar, até fazerem esse fechamento, fora Moisés. No caso de Josué, aplica-se o mesmo.

Neste “trabalhinho”, faço citações do livro de Werner Keller (ou WK), que apesar de ter sido escrito originalmente em 1955 teve o seu “posfácio” e alguns “fechamentos” editados anos depois, por outra pessoa, como vemos nessa edição citada, de 1981. No entanto, não há como negar a sua autoria original. Não é por que outra pessoa “atualizou” alguns dados, que se pode dizer que Werner Keller NÃO escreveu o livro, desde o seu princípio.

 

Mesmo que Moisés tivesse feito, quanto ao livro de Gênesis, apenas uma compilação (ou organização dos dados existentes), cujo original já tivesse sido feito por alguém, que vivera antes, não teria nada de errado, pois a Bíblia mostra claramente que fez isso mais adiante com outros livros.

Alguns livros da Bíblia foram, mesmo, escritos depois dos fatos acontecidos e outros foram tendo os seus registros assentados durante séculos, para, só depois, ganharem o seu conteúdo definitivo, tal qual o conhecemos hoje. São os casos de Salmos, Provérbios, Reis e Crônicas, pelo menos.

Os críticos se aproveitam desse fato para dizerem que TODOS os livros, principalmente os que contêm previsões, foram feitos desse modo (Veja "escrito em").

Como não aceitam profecias, querem acreditar que o que está relatado como previsão, foi escrito depois da ocorrência do fato.

 

Por exemplo, é sabido que o Rei Davi viveu por volta do ano 1050 AEC e que compôs e escreveu muitos SALMOS. No entanto, o livro deles só foi completado quase seiscentos anos depois de Davi, no período Medo-Persa, talvez por volta do ano 450 AEC.

Fica claro, assim, que antes desse livro ser completado já havia muitos salmos registrados, inclusive alguns antes dos de Davi. Portanto, o conteúdo atual do livro foi terminado por volta de 450 AEC, talvez, mas os seus registros foram sendo feitos aos poucos, desde épocas anteriores (Veja "Davi").

Tem-se como certo que Jeremias escreveu os atuais livros dos Reis, num rolo só, por volta  do tempo de Nabucodonosor II, entre os anos 590-580 AEC, e que o “copista” Esdras escreveu as suas Crônicas, num rolo só, ainda depois, por volta de 450 AEC.

Assim, é evidente que esses dois escritores relataram acontecimentos PASSADOS, acontecidos há séculos, muitos dos quais não viram ocorrer. Fica claro que se basearam em registros que já existiam, tanto que alguns desses registros são mencionados por eles, como os “livros de Isaías, dos Reis, do profeta Ido, etc., etc.” (II Crônicas 32:32 – 13:22).

Portanto, não existem motivos para se alterar a autoria de um livro nem para se alterar a época da sua escrita. Quando eles foram, mesmo, escritos ou completados depois da sua época a Bíblia não esconde, como nos casos das Crônicas, que foram escritas depois dos acontecimentos, e dos Salmos e Provérbios, que foram completados depois, muito depois do seu início.

 

Por aí, se vê que o fato do livro de Salmos ter sido completado muitos anos depois do tempo de Davi não impede que ele tenha escrito muitos deles, na sua época, e que foram, depois, distribuídos juntos com os outros no livro, tal qual o conhecemos hoje. Da mesma forma que o fato de terem feito o “fechamento” de Deuteronômio, depois da morte de Moisés, não impede que ele tenha escrito esse livro e os anteriores, desde o início.

O texto original de um livro era copiado e recopiado durante séculos.

Apesar disso, porém, as cópias continuavam fiéis e quase NÃO apresentavam erros ou grandes diferenças uma da outra, pois o zelo que os copistas tinham era enorme, fazendo com que, entre outras coisas, eles contassem todas as letras de uma sentença, marcando a  inicial, a "do meio" e a letra final dela.

Depois, repetiam essa contagem, aplicando-a nos parágrafos e no texto inteiro. 

Esse sistema, mais o respeito que tinham pelas Escrituras, faziam com que as cópias saíssem totalmente confiáveis  (Veja "rolo do Mar Morto").

 

Tampouco existem motivos para se "separar ou para se unificar" livros na Bíblia fora de suas posições originais, como os críticos querem fazer, para que esses livros se ajustem às suas teorias, conforme veremos mais adiante.

Embora os livros dos Reis, Crônicas, etc., tenham sido escritos num só rolo, cada, e hoje sejam mostrados, em todas as Bíblias, como sendo pelo menos dois livros cada um, a continuação deles fica bem clara. O último capítulo do primeiro livro dos Reis é o início do segundo livro. E o último capítulo do primeiro livro das Crônicas é o início do segundo livro. É evidente que o segundo livro é seqüência do primeiro e que os dois foram feitos ao mesmo tempo e pelo mesmo autor, cada livro na sua época, conforme a tradição diz.

Já com o livro de ATOS a “unificação” é forçada, pois o seu início deixa claro que é um “segundo relato”, feito depois daquele que fora o “primeiro relato” (ou o Evangelho de Lucas). Se os dois tivessem sido escritos ao mesmo tempo, não seriam “primeiro e segundo relatos”, mesmo que, mais tarde, os colocassem em posições longe um do outro. Seria um ÚNICO relato, mostrando duas fases ou duas épocas dos atos de Cristo e dos seus apóstolos.

 

início da resposta 1

 

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02 - Quando Lucas escreveu? Chrestus e Christus foram a mesma pessoa?

 

Normalmente, os críticos dizem que os livros que contêm previsões ou profecias –como no caso do Evangelho de Lucas- foram escritos ou completados depois do fato ter acontecido. Como não querem aceitar um Criador, acham que ninguém, em tempo algum, poderia ter ACERTADO sobre um acontecimento, antes dele se realizar.

Dessa forma, para eles, fica fácil “provar” que se algum fato histórico está relatado, o seu escritor não poderia ter falado sobre isso antes, mas, com certeza, teria escrito depois de tê-lo visto ocorrer. Assim, consideram as profecias como “história disfarçada”, que dão a IMPRESSÃO de que foram faladas antes, sendo que foram, realmente, escritas depois.

Por isso, a cada tempo inventam uma nova teoria, ora unindo, ora separando o  conteúdo dos livros bíblicos, como fizeram com Lucas, Gênesis, Isaías, etc.

 

Lucas, por exemplo, escreveu sobre a destruição de Jerusalém, no ano 70 da Era Cristã, que foi prevista pelo próprio Jesus. Disse que “quando a vissem CERCADA por exércitos, deveriam fugir da cidade”, pois teriam uma única chance (Lucas 19:41-44 e 21:20-24 - Veja nas traduções: Almeida ou TNM ). Isso é o que a Bíblia diz e a História confirma. 

No ano 66, o comandante romano Céstio Gallo sitiou a cidade e quando tinha tudo para conquistá-la, sem nenhum motivo visível, levantou o cerco e abandonou-a. Até então não tinha tido perdas. Depois, as teve.

Essa seria, então, aquela chance de qual Jesus falara. Era para os cristãos fugirem de lá e eles fugiram mesmo, indo para a cidade de Pela, na atual Jordânia.

Entretanto, a maioria dos judeus NÃO acreditou nas palavras de Jesus e, por isso, ficaram na cidade. No ano 70, os romanos voltaram, sob o comando final do general Tito, que depois de sitiar Jerusalém destruiu-a totalmente, inclusive destruindo o seu majestoso Templo, que fora reconstruído pelo Rei Herodes, o Grande.

Foi a maior tragédia para os israelitas ou judeus até então. Foram milhares de mortes e de prisioneiros. Nenhum, daqueles que lá ficaram, escapou. Até hoje, o “Arco de Tito” em Roma mostra isso. 

 

Diante disso, o que é que os críticos falam? 

Ora, para eles fica fácil. Se Jerusalém foi destruída no ano 70, o Evangelho de Lucas, pelo menos no trecho que previu isso, foi escrito depois do fato ocorrer. Como não podem contestar que Jesus viveu antes, dizem que as suas palavras foram inventadas por algum escritor, que depois de presenciar o cerco e a destruição as colocou no livro, de forma que parecesse que fora Jesus quem as tivesse falado enquanto estava vivo.

E o gozado é que muitos religiosos modernos, científicos, parecem defender esses críticos, expressando as suas idéias e as apoiando em suas traduções bíblicas, nas suas “notas e introduções aos capítulos”.

 

Por exemplo, a Tradução Ecumênica Brasileira – TEB, de origem francesa, na introdução do Evangelho de Lucas, diz que esse livro foi escrito primeiro e depois foi escrita a continuação, que é o livro de Atos. Essa Tradução está disponível "on-line" (ou pela Internet).

Ela diz que para se saber quando aquilo foi feito, “pode-se observar que Lucas conheceu o cerco e a destruição de Jerusalém, no ano 70.” Diz que, atualmente, “quase todos os peritos situam tal escrita por volta de 80-90”, embora alguns lhe atribuam uma “data mais antiga”.  (Grifo nosso)

E na introdução do livro de Atos, diz que “um ponto é claro: Atos foi escrito depois do evangelho” “por volta dos anos 62-63”.  Apesar disso, de falarem que o "primeiro relato" ou o Evangelho de Lucas foi escrito ANTES, dizem que "não pensam poder admitir”  que ele o tenha escrito até 62-63 e que a “análise o situa, hoje, tranqüilamente por volta dos anos 80” (Grifo nosso).

Assim, não podem negar que o evangelho foi escrito ANTES do livro de Atos, que parece ter sido terminado por volta da estada de Paulo em Roma, nos anos 62-63. Todavia, dizem que essa data poderia não ser certa, pois, para escrever o seu evangelho, Lucas teria se baseado nos escritos de Marcos  e, segundo algumas fontes, Marcos teria terminado de escrever o próprio relato por volta do ano 65. 

Portanto, pelas suas próprias palavras, os críticos dizem que Lucas escreveu o evangelho primeiro do que ATOS, mas depois lançam dúvidas sobre isso.

Não pensam poder admitir que o evangelho de Lucas foi escrito antes do ano 66 da Era Comum, quando houve o primeiro cerco de Jerusalém.

 

Entretanto, uma outra fonte, fora da Bíblia, talvez possa confirmar tal escrita antes dessa data.

O historiador romano SUETÔNIO escreveu uma biografia do Imperador Cláudio, que reinou sobre Roma, do ano 41 ao 54 da Era Comum. Nessa obra, Suetônio diz que Cláudio expulsou os judeus de Roma, “pela perturbação (ou alarido) que faziam por causa de Chrestus” .

Pela diferença de uma letra, por um “E” em vez de um “I”, dizem que esse ChrEstus não seria  (Jesus) ChrIstus, embora tudo indique que fosse. 

Embora os críticos digam que aquela "perturbação" não foi causada pelos cristãos, fica claro que houve uma expulsão de judeus. Alguns dizem que isso aconteceu nos anos 49 ou 50.

Ocorre que esse fato histórico também foi registrado por Lucas, quando escrevia o seu “segundo relato”, que era o livro dos ATOS dos apóstolos, conforme se vê no caso do casal Priscila (ou Prisca) e Áquila, em Atos 18:2. Eles mesmos, como cristãos judeus, foram incluídos naquela deportação.

 

Nesse ponto, Lucas está destacando as ações do apóstolo Paulo, narrando os acontecimentos em seqüência, como se fosse um “diário de viagens”, pois ao que parece acompanhava-no.

Assim, ele poderia estar anotando o fato no momento em que aquilo estava acontecendo.

E se Lucas escreveu, mesmo, essa expulsão de judeus no tempo em que ela ocorreu, isso mostra que, por volta do ano 50, ou por volta de quando se deu aquela expulsão, ele já estava escrevendo o seu “segundo relato”, que era o livro de Atos. E se já estava escrevendo o SEGUNDO livro, isso mostra que, no tempo daquele imperador, já havia terminado de escrever o seu evangelho, que fora o seu “primeiro relato” ou o seu primeiro livro.

 

Portanto, o Evangelho de Lucas, sendo o seu “primeiro relato”, já teria sido escrito no tempo do Imperador Cláudio (ou antes). E, como já visto, ele  reinou só até 54. Assim, fica claro que Lucas falou antes, muito antes, sobre o cerco de Jerusalém. 

 

Contudo, para combater essa evidência, os críticos dizem, AGORA, que os escritos de Lucas são uma obra única, feita de uma só vez, do início do Evangelho até o fim de Atos e que só depois foi dividida em dois livros, como se encontram na Bíblia atualmente.

Entretanto, NUNCA, no tempo original dessa escrita, se falava nessa unificação como também não se falava, naquela época, da divisão do livro de Isaías. Mas o propósito é o mesmo, considerando que a “divisão” de Isaías ou a “unificação” dos dois relatos de Lucas são feitas apenas para “provar” que profecias ou previsões não existem.

Por causa disso, dividem em treis partes, pelo menos, o livro de ISAÍAS, uma obra que tudo indica ter sido escrita por um único autor, do princípio ao fim. Por outro lado, pela mesma causa, unificam duas obras que tudo indica terem sido escritas pelo mesmo autor, mas em épocas diferentes.

 

No caso de Lucas, querem fazer crer que o seu evangelho, que dizem ser a “primeira parte de uma única obra”, embora tenha sido o primeiro dos dois escritos de Lucas, só teria ficado conhecido depois de terminada a escrita de Atos.

Com isso, querem fazer crer que o cerco de Jerusalém, em 66, e a destruição daquela cidade, em 70, não foram profetizados ou previstos por Jesus, como Lucas mostra, pois o povo NÃO ficou sabendo dessas previsões por meio do evangelho dele, tendo em vista que tal livro só ficou conhecido depois dessas coisas ocorrerem.

Como o final de Atos deixa claro que foi terminado por volta de 62  e como fica claro que o evangelho fora terminado antes, dizem, como visto anteriormente, que os dois só ficaram CONHECIDOS pelo público depois de Atos e põem dúvidas sobre a data final desse último livro de Lucas.

E como a História mostra que tanto Lucas como Marcos estiveram em Roma, com Paulo, dizem que Lucas baseou-se em Marcos para escrever o seu “primeiro relato” ou evangelho. No entanto, dizem que Marcos escreveu o próprio relato numa época mais tardia, do ano 65 em diante.  E se Lucas tinha se baseado nele, teria escrito mais tarde ainda.

Mas não foram só Marcos e Lucas que escreveram sobre a destruição de Jerusalém. O “primeiro evangelho”, de Mateus, também mostra a profecia de Jesus.

E existem fontes dizendo que Mateus o escrevera no ano 41 da Era Cristã.

 

Tudo indica, assim, que tanto o primeiro cerco como a destruição daquela cidade foram mesmo PREVISTOS por Jesus, conforme constam nesses evangelhos, escritos antes daqueles fatos se realizarem. 

 

Como NÃO querem aceitar isso, fazem esses ajustes absurdos, dizendo que Chrestus não é Christus, que aquela expulsão não foi de cristãos e que os evangelhos não foram escritos antes daqueles fatos profetizados. Suas “provas” são a diferença de uma letra, a menção ou não do termo cristão, alguma “data”, divisão ou unificação dos livros, etc.

Se não é uma coisa, é outra.

Com tal comportamento, parece que “não pensam poder admitir” que as previsões existem e que, no esforço desesperado em desmenti-las, vão contra as suas próprias evidências, procurando dar aos seus argumentos um rótulo de pesquisa erudita e científica.

O interessante é que, sutilmente, esses argumentos  são usados até por alguns que parecem apoiar a Bíblia, como no caso do livro “E a Bíblia tinha razão...”, de Werner Keller (ou WK), edição de 1981.

 

Esse escritor, inclusive, é um dos que afirmam que, pela diferença de uma só letra, "Chrestus poderia NÃO ser Christus" (WK fls.333).

No entanto, quando o copista bíblico escreve o nome do rei  babilônio como "Berodaque, em vez de Merodaque”, em II Reis 20:12, esse mesmo autor procura mostrar tal “erro” (WK fls. 235).

Neste caso, uma só letra não faz diferença, pois quer se tenha escrito Berodaque, com B, ou Merodaque, com M, como em Isaías 39:1, é evidente que se trata da mesma pessoa.

Assim, uma só letra serve para mostrar o “erro bíblico”, no caso Berodaque, mas não serve para apoiar o relato bíblico, que mostra a existência dos cristãos, no caso Chrestus.

Por aí, fica claro que o que tais críticos querem, mesmo, é achar falhas na Bíblia.

Se quisessem fazer uma análise imparcial, verificando os dois lados, veriam que assim como os nomes de "Berodaque ou Merodaque", escritos com uma letra diferente, se referem a mesma pessoa, também "Chrestus ou Christus", escritos com uma letra diferente, seriam a mesma pessoa.

 

Uma análise honesta veria isso.

Veria mais, até.

Uma análise séria veria que as próprias Escrituras mostram que essa diferença de uma letra, no caso Berodaque, NÃO seria erro. Isso porque alguns relatos mostram que o nome de NabucodoNosor II também foi escrito de duas formas, com “R” e com “N”, na penúltima sílaba (NabucodoRosor).

Essas passagens são feitas tanto pelo mesmo escritor, como em Jeremias 27:6 (com N) e 25:9 (com R), ou por escritores diferentes, como Daniel  3:1 (com N) e Ezequiel 26:7 (com R). E Nabucodonosor II também era babilônio, mas de uma época mais recente do que o Merodaque (Veja a TNM).

Esse detalhe mostra que, na tradução desses nomes babilônicos, poderiam ser usadas, pelo menos, DUAS letras diferentes para uma mesma posição na escrita do nome pessoal ("M" ou "B" para Merodaque e "N" ou "R" para NabucodoNosor).

 

Isso não deveria causar tanta estranheza, pois até hoje tal fato ocorre.

Entre os brasileiros, por exemplo, é normal que um mesmo nome ou palavra seja escrito com uma letra diferente, como BraZ ou BráS, ManOel ou ManUel, Catorze ou Quatorze, etc.

Portanto, ao invés de mostrar um “erro”, a Bíblia mostra que os seus escritores eram independentes um do outro, pois escreviam um mesmo nome de dois modos diferentes. Apesar disso, mostra que os dois modos estão certos, considerando que um só escritor usa os dois jeitos.

Mostra, também, que os “copistas” só copiavam e não faziam “ajustes”, tendo em vista que, ao se depararem com o nome escrito com duas letras diferentes, NÃO corrigiram, mas o copiaram das duas formas.

Depois, mesmo que tivesse sido um erro de cópia, a diferença da letra, no caso bíblico, NUNCA alterou a informação histórica. Quer se falasse em Merodaque ou Berodaque ou em NabucodoNosor ou NabucodoRosor, os que viviam naquela época sabiam de quem se tratava e de que modo se escrevia o seu nome, corretamente.

 

Entretanto, no caso Chrestus, as coisas mudam de figura.

Querem alterar a História.

Querem fazer crer que Chrestus não seria (Jesus) Christus. Aí, não dizem que a diferença da letra seria um "erro" do copista nem admitem que um mesmo nome poderia ser escrito com duas letras diferentes numa mesma posição. Em vez disso, insinuam que, por causa dessa diferença de um "E" em lugar de um "I", "um não poderia ser o outro".

Na realidade, com essa hipótese, querem ANULAR o relato do historiador romano Suetônio.

Como já visto, ele disse que o Imperador Cláudio, que reinou de 41-54 da Era Cristã, "expulsou os judeus de Roma pela perturbação ou pelo alarido que faziam por Chrestus". Assim, Suetônio parece CONFIRMAR o relato bíblico, em Atos 18:2, que mostra uma expulsão dos judeus cristãos feita por Cláudio, no ano 49 (ou 50).

 

Com esse "ajuste" da letra, porém, o relato secular e o relato bíblico poderiam mostrar acontecimentos diferentes, pois os líderes envolvidos não seriam a mesma pessoa. Não se tratando da mesma pessoa, um registro não serviria para comprovar o outro. Para acreditarem em algo que está registrado na Bíblia, os críticos "precisam" achar outra informação, não bíblica, que mostre o mesmo acontecimento (neste caso, exigem "letra por letra").

Por exemplo, para comprovar a existência de Cristo e dos cristãos, fora da Bíblia, Suetônio poderia ser essa outra informação.

Mas o relato dele apresenta a diferença de uma letra, na comparação daqueles nomes. Para os críticos, isso faz com que o mesmo não sirva para a comprovação. Todavia, mesmo que os dois nomes fossem iguais ou existissem outras provas a respeito, arranjariam  um jeito de não aceitá-las também, como no caso do "Canal de José" no Egito, de Ipuwer nas "pragas bíblicas", de Abrão e seus camelos e dos "costumes semelhantes" com os "hurritas", etc.

 

No entanto, a respeito da expulsão, a Bíblia dá TODOS os dados que uma informação histórica precisa ter. Dá os nomes do casal judeu cristão expulso (Áquila e Priscila), o nome de quem ordenou tal deportação (Cláudio) e o local onde ocorreu (Roma). Portanto, o relato bíblico tem todas as características de uma afirmação histórica verdadeira.

Já no caso de "Chrestus NÃO ser (Jesus) Christus", a hipótese tem todas as características de uma desinformação ou de um "ajuste" para apoiar a teoria que defendem.

Os críticos não querem admitir que ele seria Cristo, para não mostrar a existência histórica de Jesus e para não admitir que Lucas escreveu o seu evangelho antes da destruição de Jerusalém pelos romanos, conforme visto mais acima.

Como o relato de Suetônio poderia confirmar a Bíblia, procuram deturpá-lo, lançando mão desse argumento, muito mais frágil. Agarram-se desesperadamente na diferença da letra contida naquele nome, para "provar" que são personagens diferentes.

No entanto, também não conseguem PROVAR que algum líder chamado Chrestus (com "e"), cujos seguidores foram expulsos de Roma pelo Imperador Cláudio, tenha existido naquele tempo. Já com os seguidores de (Jesus) Christus, no relato bíblico fica claro que eles, sim, foram expulsos por Cláudio naquele tempo, o que dá um caráter histórico àquele fato.

Assim, tudo parece indicar que Suetônio se referiu, mesmo, a Jesus Cristo.

Esses pequenos detalhes, de como procuram manipular os fatos, servem para mostrar em quem se pode depositar verdadeira confiança, se na Bíblia ou se nos seus críticos.

 

início da resposta 2

 

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03 - Um Isaías só? Pedro escreveu de Babilônia ou de Roma?

Segundo a Bíblia, o profeta Isaías escreveu o seu livro, terminando-o por volta de 730 AEC. Entre outras coisas, ele predisse que Ciro, o Persa, iria conquistar Babilônia e que, depois, essa Babilônia, apesar de ser a maior cidade daquele tempo, ficaria em “ruínas e que nunca mais seria habitada”

Quando ele falou isso, nem Ciro havia nascido nem Babilônia era a maior cidade.

Nos dias de hoje, quanto à Babilônia, seria a mesma coisa do que dizer que uma cidade tal como Washington, Londres, Moscou, Pequim, Paris, Tóquio, etc., que são consideradas as “capitais” do Mundo, iriam ficar em ruínas e que nunca mais seriam habitadas. Aparentemente, seria difícil de se realizar, principalmente lá, no passado, pois os antigos, quando tinham as suas cidades destruídas, costumavam reconstruí-las.

Apesar disso, sabemos que as duas coisas se tornaram realidade. Além de Babilônia ter sido conquistada por Ciro, também ficou, bem mais tarde, em "ruínas e nunca mais foi habitada". Porém, como em outros casos, os críticos não acreditam e distorcem os fatos. Como já visto, acham que as PROFECIAS “são história disfarçada”, que foram escritas depois dos fatos terem acontecido.

 

Para “provar”, dizem que esse livro foi escrito, pelo menos, por três escritores, em três épocas diferentes e que o próprio Isaías escrevera apenas, os seus capítulos INICIAIS. Embora não concordem entre eles mesmos, dizem que o primeiro escritor foi o autor do capítulo 1° ao 20 (ou 40); que o segundo escreveu do 20 ao 40 (ou do 40 ao 56) e que o terceiro escreveu daí até o fim (capítulo 66).

Na realidade, com essa DIVISÃO que fazem, ajustam a história como lhes convêm, considerando que se Isaías escrevera, apenas, os capítulos iniciais, do 1° ao 20 ou, no máximo, até o 40, não poderia ter previsto o surgimento de Ciro e nem a sua conquista de Babilônia, pois esses relatos começam nos capítulos 41, 44 e 45. Assim, repetindo, como dizem que ele escrevera, apenas, os capítulos iniciais, no máximo até o 40, e como o relato sobre Ciro começa do capítulo 41 em diante, isso mostra, segundo eles, que essas partes foram acrescentadas, escritas por outros, após o acontecido.

 

Entretanto, quando fala sobre isso, Isaías diz que não é ele, mas JHVH quem tem o poder de prever os acontecimentos e, como prova, mostra aquilo que ainda iria ocorrer (Isaías 46:9-11).

Ora, se um escritor “esperto” acrescentasse a história de Ciro no livro, a nação toda de Israel saberia, pois tanto os sacerdotes como o povo conheciam a profecia. E sabendo que aquilo fora acrescentado, perceberiam que Deus não previra coisa nenhuma, tendo em vista ter sido uma fraude.

Sendo assim, NÃO acreditariam mais nos seus profetas. Contudo, continuaram acreditando, não só em Isaías como em todos os outros, tanto que esperavam um “Messias” (ou Cristo) descendente do Rei Davi, que os libertaria.

 

Aliás, isso mostra que mesmo que Isaías tivesse sido escrito no tempo de Ciro (530 AEC), como querem crer, ainda assim teria relatado uma profecia, porque mencionou, também, os atos que o Cristo faria, que só se realizariam séculos depois (Veja "Crônicas")

E mesmo que Isaías tivesse escrito apenas os capítulos iniciais, também teria relatado outra profecia histórica, pois no capítulo 13 (treze), ou seja, no início, portanto, é declarado que Babilônia ficaria em “ruínas e não mais seria habitada”

Quando foi que Babilônia ficou desabitada?

Ora, é sabido que, até a conquista de Ciro, ela era muito habitada. Uns duzentos anos depois continuava habitada, considerando que o grego ALEXANDRE MAGNO quis fazer dela a sua cidade capital.

A História diz que até o primeiro século da Era Cristã ainda funcionava, por lá, um templo religioso deles, o que indicaria que, pelo menos até esse tempo, ela ainda era habitada.

 

E a Bíblia mostra, também, que pelo menos até meados do 1º século EC ela ainda era habitada, porque havia uma grande colônia de judeus em Babilônia, tanto que o apóstolo PEDRO viveu lá, conforme diz no final de sua primeira carta ou epístola.

Diante disso, os críticos dizem que Pedro “não viveu na cidade”. Na realidade, dizem, Pedro escreveu de ROMA, mas disse que escrevia de Babilônia, porque Roma iria fazer o mesmo que Babilônia já fizera, ou seja, que Roma iria destruir, também, o Templo e Jerusalém.

Contudo, nessa ocasião, Pedro não sabia que Roma destruiria Jerusalém, pois segundo a tradição morreria antes disso acontecer (antes do ano 70 da Era Comum). Ele só sabia que Jerusalém seria destruída pela profecia de Jesus (Mateus 24 – Marcos 13 e Lucas 21). Porém, aí, Roma NÃO é mencionada.

 

Portanto, se Pedro escreveu a sua carta antes daquela destruição, a troca do nome de Babilônia por “Roma” já seria uma profecia nessa interpretação que fazem, pois dizem que “Roma IRIA agir (no futuro) como a antiga Babilônia agira”. Com essa interpretação, os próprios críticos que não admitem profecias deixam claro que previsões existem.

Mas se disserem que ele a escreveu depois, como vivia em BABILÔNIA e como escreveu de lá, isso mostra que essa cidade ainda era habitada, depois do ano 70, que foi quando destruíram o Templo e Jerusalém.

Dessa forma, os críticos ficam sem saída.

Como visto, se disserem que Pedro escreveu a sua carta antes do ano 70, trocando os nomes das cidades, já admitem que ele fez uma profecia. Mas se disserem que ele a escreveu depois do ano 70, a partir de Babilônia, admitem que essa cidade ainda era habitada, até essa época. Assim, só lhes resta “trocar” o nome dessas cidades, dizendo que a Babilônia citada por Pedro era, na realidade, a cidade de Roma. Eles querem crer, com isso, que no 1º século EC Babilônia já estava desabitada há muito tempo e que escreveram que ela ficaria “em ruínas”, depois que já a tinham visto assim.

 

Por outro lado, o apóstolo PAULO, que viveu em Roma, quando escreve para lá,  se dirige “aos que estão em Roma”. Essa sua carta ficou conhecida, depois da destruição de Jerusalém, como “aos romanos” e não como “aos babilônios”. Mais tarde, quando chega para julgamento, Lucas diz que chegaram “a Roma” e não a Babilônia (Romanos 1:7 e Atos 28:16). E quando escreve, de lá, o escritor de Hebreus diz que os “da ITÁLIA” (e não os de Babilônia) mandam os cumprimentos. Portanto, isso fica bem diferenciado.

Roma é Roma e Babilônia é Babilônia.

 

Em 1947, foram descobertos os "rolos do Mar Morto". Entre esses manuscritos antigos, encontraram um inteiro livro de Isaías.

No entanto, não foram achados três rolos ou três divisões, mas apenas UM (ou uma), com a inteira seqüência que se conhece hoje, do princípio ao fim (capítulos 1° ao 66), o que indica que o mesmo teve uma só autoria.

Digno de nota é que Jesus e seus apóstolos fizeram muitas citações desse livro, do início ao fim, mas NUNCA mencionaram quaisquer divisões que ele tivesse. Tanto assim que a primeira leitura de Cristo, na sinagoga, foi a de ISAÍAS. Ele leu a parte que é conhecida, hoje, como capítulo 61:1,2. Em Lucas 4:18 mostra isso.

 

Vê-se facilmente que, nessa ocasião, quando citou o capítulo 61, Jesus NÃO disse que estava lendo o "Isaías do fim" (ou o terceiro Isaías como os críticos falam). Em outro dia, Jesus citou Isaías 6:9, conforme mostra Mateus 13:13,14. Contudo, ele não declarou que estava citando o "Isaías do começo" (ou o primeiro Isaías dos críticos). Depois, também citou Isaías 29:13, como Mateus 15:7,8 mostra. Aí também não disse que estava citando o "Isaías do meio" (ou o segundo Isaías dos críticos). E assim por diante.

O fato é que quando Jesus ou os apóstolos o citavam, falavam claramente que “Isaías profetizou...” ou que o “profeta Isaías disse...” ou “no livro de Isaías...”, mostrando que o livro fora escrito por uma só pessoa e que essa pessoa fora o profeta Isaías. Inclusive, como já visto, esse livro fora usado por Esdras, quando escrevia as suas Crônicas, por volta de 450 AEC, e Esdras também nada disse sobre as supostas divisões do livro.

 

Com o achado daquele "rolo do mar morto", comprovou-se, também, que as cópias bíblicas são fiéis, porque aquele rolo, datado de 100 a 200 anos AEC, quando foi comparado com outro, cerca de MIL anos mais velho, quase não apresentou diferenças, como o próprio WK fala no seu livro, na pág. 359.

E o gozado é que a datação, desse rolo do Mar Morto de Isaías, foi feita por meio de radiocarbônio (ou C-14). Esse método, contudo, apresenta falhas (Veja "C-14"). No entanto, para os críticos, as suas DATAS são dignas de crédito. E esse método diz que o Isaías achado por lá é de Antes da Era Comum (ou de Antes da Era Cristã).  (WK fls. 322)

Assim, não há como refutar a profecia da “ruína de Babilônia”, porque ela ainda era habitada no tempo da escrita daquele rolo (ou livro). E naquele rolo estava escrito que a cidade ainda IRIA ficar desabitada. Falava de algo que ocorreria no futuro, portanto. Não há como refutar, também, as profecias sobre os atos que o Cristo faria, porque aquele rolo tinha sido escrito antes, muito antes, dele aparecer na Terra  (Veja Isaías 7:14 e Mateus 1:18-23 - Isaías 40:3 e Marcos 1:2,3 - Isaías 61:1,2 e Lucas 4:18-21 - Isaías 6:9,10 e Mateus 13:14,15 - Isaías 53:1 e João 12:37,38 - Isaías 53:7 e Mateus 27:12-14 - Isaías 50:6 e Mateus 26:67 - Isaías 53:9 e Mateus 27:57-60, etc.).

Isso mostra que as profecias podem demorar a se cumprir, mas que se cumprem nos mínimos detalhes, no seu tempo devido.

 

No caso de Babilônia ficar desabitada demorou mais de oitocentos anos, desde quando Isaías terminou de escrevê-la, por volta de 730 AEC, até o seu cumprimento, nos primeiros CEM anos da Era Cristã (ou da Era Comum), pelo menos.

 

início da resposta 3

 

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04 - Quando Daniel viveu? As 69 semanas até o Messias.

 

Junto com Isaías, Daniel é o profeta mais combatido da Bíblia, porque fez profecias de longo alcance, que se cumpriram tão exatamente, que ainda dizem que foram escritas depois do fato acontecido, como PORFÍRIO, do 3º século da Era Comum, costumava dizer. Isso porque Daniel previu as quatro divisões do reino grego de Alexandre Magno. Predisse também o total dos anos, do início ao fim, que levariam ao aparecimento do “Messias” ou do Cristo.

 

Algum tempo depois da morte de Alexandre, o seu reino ficou dividido entre 4 (quatro) de seus generais. Os gregos continuaram como governantes do mundo civilizado daquela época, até o surgimento de Roma, que foi o próximo  império (ou a próxima potência mundial).

Seleuco Nicátor, um dos sucessores de Alexandre, e sua dinastia selêucida governaram a parte que abrangia a Síria, ao norte de Israel.

Ptolomeu, outro sucessor de Alexandre, e sua dinastia ptolomaica governaram a região do Egito, ao sul.

Os outros dois generais de Alexandre foram Cassandro e Lisímaco, que governaram outras regiões.

 

Como é sabido, Israel ficava (e fica) entre a Síria e o Egito, na parte que antigamente, antes dos judeus, era conhecida como "terra de Canaã e Philistia (que significa  'terra dos filisteus')".

Incidentalmente, o termo "Palestina", como aquele local é conhecido nos dias de hoje, vem de "Philistia", que era como os autores gregos chamavam aquela região. Quando Roma assumiu o controle, substituindo as dinastias de Seleuco e de Ptolomeu, chamou-a de Síria-Palestina.

Depois da segunda revolta judaica, por volta de 130 EC, os romanos a chamaram somente pelo nome de Palestina.

Afinal, como Israel não era, mais, o dono daquelas terras, elas seriam chamadas pelo nome dos filisteus, que também haviam vivido por lá, sempre lutando com os israelitas. 

Mas esse novo nome "oficializado" pelos romanos, "não pegou muito", como eles queriam, porque elas ficaram conhecidas, mesmo, por "terra santa".

O nome "Palestina" só voltou a ganhar destaque no século 20, quando o novo Estado de Israel foi fundado, em 1948.

A ONU, representante de todas as potências mundiais, havia prometido que, naquela região, surgiriam DOIS estados: o de Israel e o da Palestina (Veja "mesmo nível").

No entanto, até 2008, só existe o de Israel (os palestinos vivem sob o seu controle).

Até agora, aquela promessa da ONU só ficou "no papel".

 

Os "palestinos" de hoje são os ÁRABES que viviam por lá, antes mesmo do novo Israel ser fundado. Milhões deles ainda vivem por lá, a partir de então. Os árabes chamam aquele local de "Filistine (ou Filastin)".

Uma vez que não lhes deram o território prometido, vivem sempre brigando, daquela época para cá,  seja com guerras declaradas ou com atentados isolados.

Mas, segundo a Bíblia, chegará um tempo que os líderes mundiais (que são representados pela ONU), poderão afirmar que "há paz e segurança" (1 Tessalonicenses 5:1-3).

Para que possam fazer tal afirmação, esse CONFLITO, entre Israel e a atual Palestina (ou entre os judeus e os palestinos), teria de ser solucionado, pois parece que somente com a "pacificação" deles poderia haver PAZ mundial (Veja "dois pontos").

 

Assim, depois de Alexandre e antes de Roma controlar aquelas terras,  a antiga nação de Israel, por causa de sua posição geográfica, sempre viveu dominada por um dos sucessores dele.

Ou era controlada pelos Selêucidas, do norte, ou pelos Ptolomeus, do sul.

Por volta de 170 AEC, o rei selêucida da Síria, Antíoco IV, que auto se apelidou de "Epifanes" (ou Divino), invadiu o Templo de Jerusalém, retirou seus objetos preciosos e colocou uma estátua de Zeus dentro dele (o corpo era de Zeus (ou Júpiter) mas a cara era de "Epifanes").

Além disso, interferiu na religião judaica, proibindo os seus costumes.

Por tais abusos,  Israel levantou-se contra ele.

Esse episódio ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus.

 

Existem dois livros, I e II Macabeus, que foram feitos na época e dão os detalhes dessa rebelião.

Seus textos são classificados como "apócrifos", ou seja, acham que eles têm valor histórico, mas, diferentemente dos demais livros bíblicos,  não são considerados como tendo sido "inspirados por Deus".

Apesar de algumas Bíblias mostrarem tais textos (e os de alguns outros, com a mesma classificação), a maioria não os aceita como parte das Escrituras.

Mas Daniel foi citado em um desses dois livros, o que prova que a sua escrita bíblica já havia sido feita naquela época. 

Por outro lado, além dessa citação, também quiseram AJUSTAR passagens de Daniel, tentando fazer o povo crer que os textos bíblicos do seu livro aplicavam-se naquela rebelião.

Com esse ajuste, tentaram obter o apoio da nação naquele levante contra os gregos.

 

Alguns dizem que o livro de Daniel foi escrito nessa época.

Um dos argumentos que usam é que o personagem macabeu passa por uma situação semelhante à que Daniel passara, quando recusara “comer alimentos impuros”, que o poder governante estrangeiro lhe ordenara.

Assim, dizem que ele copiou o personagem macabeu.

Mas se esquecem, por que querem, que se alguém copiou alguém teria sido o macabeu, pois sendo mais recente, copiara o mais antigo (no caso, Daniel).

Na realidade, tanto um como outro poderiam ter passado pela mesma experiência, cada um no seu próprio tempo, sem copiar nada um do outro. O que não tem cabimento é afirmar, com argumentos desse tipo, que o livro foi escrito nessa época por causa dessa semelhança.

 

Entretanto, o que INCOMODA os críticos, mesmo, não é essa semelhança do que ocorreu com os dois, mas a profecia que Daniel fizera, sobre a divisão do reino de Alexandre Magno, que por ter se cumprido exatamente, não poderia, segundo eles, ter sido escrita antes, na era Neobabilônica, na qual Daniel viveu, e sim depois, na época dos macabeus, quando a divisão daquele reino já estava feita.  (Daniel 8:7,8 e 20-22)

 

Por isso, para variar, querem crer que Daniel foi escrito DEPOIS dos fatos terem ocorrido.

Diziam, como “prova” disso, que o livro tinha muitas palavras gregas.

Isso mostrava que teria sido escrito na época Macabéia (ou Macabaica), quando o domínio já era dos gregos.

No entanto, hoje, verificou-se que  "as palavras que consideravam 'gregas', na realidade eram PERSAS!"

Aí, o tiro saiu pela culatra, pois Daniel vivera, mesmo, tanto na época Neobabilônica como na época Persa, as duas sendo imediatamente anteriores à época Grega.

As palavras gregas, no livro de Daniel, "são apenas 3 (três) e referem-se a instrumentos musicais.”

Diziam, depois, que o Hebraico do seu livro era de um tempo mais recente.

Contudo, hoje, verificou-se que “ele era parecido com o que fora usado por EZEQUIEL”, que todos consideram ter vivido no tempo dos neobabilônios.

Aliás, o próprio Ezequiel cita Daniel no capítulo 14 (quatorze) do seu livro. É evidente que, para Ezequiel ter feito essa citação, os dois teriam de ter vivido juntos nos mesmos dias ou Daniel precisaria ter existido nos anos anteriores.

 

Mas não pararam aí.

Diziam, ainda, que a parte do livro escrita em Aramaico também "apontava para uma época mais recente". Novamente, o tiro saiu pela culatra, pois nos “achados do Mar Morto”, a partir de 1947, encontraram documentos em aramaico, datados de cerca de 200 AEC.

Ao verificarem o estilo das letras, ficou evidente que o jeito mais RECENTE, na realidade, era a forma que encontraram em tais documentos. E esse tipo de letra encontrado era o que usavam no tempo da Revolta dos Macabeus (que se iniciou por volta de 170 AEC).

Ora, SE o texto de Daniel tivesse sido feito no tempo dessa rebelião, a escrita original do seu livro bíblico seria IGUAL a dos documentos achados a partir de 1947.

No entanto, as letras eram bem diferentes. As de Daniel eram muito mais antigas.

 

A “queda de Babilônia” é uma data histórica.

Ninguém discorda dela.

A Bíblia diz que Daniel esteve presente, quando isso aconteceu, em 539 AEC.

Naquela noite, ele relata que os babilônios estavam dando uma grande festa, que reunia a corte do rei, incluindo os principais homens e suas mulheres  (Daniel 5,1,2).

Os babilônicos incluíam as mulheres em suas festas.

No entanto, no tempo dos macabeus, nem os judeus  nem os gregos incluíam as mulheres nas festas. Tanto assim que, “nas primeiras versões da ‘Septuaginta’ (ou da Tradução dos Setenta), que foram feitas por volta dessa época, não aparece a palavra ‘mulheres’ no relato da festa feito por Daniel.”

Isso mostra que o seu livro não foi escrito nesse período, pois ele cita as MULHERES. Porém, os escritores que viviam nesses dias não relatariam a presença delas naquela festa, considerando que não fazia parte do costume que tinham então.

 

Assim, por ter relatado esse detalhe, o escritor poderia mesmo ter estado presente naquela data. É claro que poderia, também, ter se BASEADO em registros antigos, que mostrassem como os babilônios faziam as suas festas.

Mas nesse caso teria de ser um registro bíblico, pois os seus escritores não se baseavam nas FONTES históricas babilônicas ou gregas.

Portanto, se o relato da festa tivesse sido feito por alguém que viveu depois, em época mais recente, que tivesse se baseado em dados do tempo em que aquilo acontecera, mostraria que existia um registro bíblico a respeito.

 

Que o escritor de Daniel não se baseava em outras fontes pode-se comprovar naquele mesmo relato da queda de Babilônia.

Nem as fontes históricas babilônicas nem as fontes gregas revelavam, até meados dos “anos 1800 da Era Comum”, que Baltazar (ou Belsazar na TNM ou Belshasar na TEB) governava Babilônia naquela noite. Na opinião da maioria, o governante era Nabonido, que era o pai dele.

Somente o livro de Daniel mostrava que, na queda de Babilônia, o comando era de Baltasar.

De modo que se ele tivesse sido escrito na época dos macabeus e se baseasse nas fontes históricas não bíblicas, como os gregos Heródoto e Xenofonte ou o babilônio Beroso, etc., NÃO relataria a co-regência de Belshasar, pois nenhum deles falou disso. Todos esses historiadores relataram a queda de Babilônia, anos depois que ela se realizou, mas nenhum deles falou sobre Baltasar.

 

Isso reforça a evidência de que Daniel esteve mesmo presente, pois relatou detalhes que, em outras épocas futuras, NINGUÉM sabia. Se alguma outra pessoa tivesse escrito depois,  como querem crer,  ainda assim  mostraria  que  teria  se      baseado em algum registro bíblico, que já existia na época babilônica, pois só a fonte bíblica revela esse detalhe (Daniel 5:29,30).

Poderia ser, até, que as fontes não bíblicas soubessem desse detalhe, mas que não o relataram, porque não o consideravam importante, uma vez que o rei “oficial” era mesmo Nabonido e que o seu filho Belsazar apenas o substituía, sendo o “segundo em poder naquele reino”. Contudo, mesmo que fosse assim, mostra que o relato bíblico, na sua forma, é muito superior e preciso, pois mostrou o que realmente ocorreu.

 

O historiador Josefo, do 1º século da Era Cristã, diz que quando Alexandre Magno foi a Jerusalém, no começo das suas conquistas, “os judeus mostraram-lhe o livro de Daniel, que dizia que um certo grego derrotaria os medo-persas e governaria o Mundo daquela época”. Diz que Alexandre considerou-se aquele tal, não hostilizando os judeus, que o tinham avisado.

Verdade ou não, o fato é que a História não registra desentendimentos entre judeus e gregos, nesse tempo de Alexandre, por volta de 332-322 AEC, como também WK diz em seu livro. Digno de nota é que os judeus de então eram amigos dos persas, que eram inimigos de Alexandre. Mesmo assim, ele não maltratou os judeus naquele período.

E, nos “rolos do Mar Morto”, descobertos a partir de 1947, acharam partes do livro de Daniel, datadas de cerca de 100 AEC.

Não se têm dúvidas, portanto, que o seu livro já estava escrito Antes da Era Comum.

 

Com as "69 semanas (de anos)", ele previu quando o Messias (ou o Cristo) apareceria.

 

Daniel 9:24,25 diz que “depois de sair a ordem para a reconstrução das muralhas de Jerusalém”, se passariam “sessenta e nove semanas (7+62) até o aparecimento do Messias.

Essas “semanas” são consideradas como semanas de ANOS, como se vê no caso de Jacó, em Gênesis 29:27. Ali, um período de sete anos é considerado, simplesmente, como uma semana.

Neemias 1:3 e 2:1,9,17 mostram que essa ordem da reconstrução foi dada no “20° ano do rei persa Artaxerxes”, conhecido como “o Longímano” (ou Mão longa).

Sessenta e nove semanas (69x7) dariam 483 anos. Assim, se contados 483 anos para trás, a partir de 29 da Era Comum, quando o Cristo apareceu, levaria a 455 AEC, que seria então, pela Bíblia,  “o vigésimo ano de Artaxerxes”.

Porém, os críticos dizem que não foi. Mas o que diz a História?

 

Alguns historiadores dizem que Artaxerxes começou em 465 AEC, depois da morte do seu pai, XERXES, que reinara por 21 anos. Também dizem que Artaxerxes morreu em 424 AEC, depois de reinar por 41 anos (WK fls. 284).

Se o pai de Artaxerxes começara em 486 e reinou 21 anos, isso levaria o início de seu filho para 465 (486 menos 21). Se Artaxerxes morreu em 424 e reinara por 41 anos, isso também levaria o seu início para 465 (424 + 41). E se ele começara em 465, o seu “vigésimo ano” foi em 445 AEC (465 menos 20).

 

Contudo, outros historiadores, de peso, como Tucídides e Justino, dizem que “foi Artaxerxes, logo que se tornara rei, que recebera o grego Temístocles”, quando ele fugiu para a Pérsia e que isso teria acontecido por volta de 475 AEC, quando o rei “AINDA era um menino, com 16 anos”. Se ele tivesse começado a reinar dez anos mais tarde, em 465, então já teria 26 anos e não seria, mais, “um menino”.

HERÓDOTO, que viveu nesse mesmo tempo, diz que o pai (Xerxes) e o avô de Artaxerxes (Dario I ou Histaspes) foram co-regentes, ou seja, reinaram juntos. Em Persépolis, acharam alguns “relevos” que mostram essa co-regência.

Por isso, o tempo de Xerxes com Dario I poderia ter sido de 10 (dez) anos e o tempo de Xerxes, sozinho, poderia ter sido de 11 (onze) anos, o que perfazeria os 21 (vinte e um) anos que lhe dão.

 

Tanto que, na região de Babilônia, acharam um “palácio de Xerxes” com uma inscrição datada de 496 AEC, “ano em que se tornara rei (ou ano de acessão). Mas o seu pai, Dario I ou Histaspes, ainda não tinha morrido, o que mostra, então, que aquele ano fora o início da sua co-regência.

Assim, se o pai de Artaxerxes começara em 496, junto com Dario I, e reinara por 21 anos, a sua morte se deu em 475 AEC (496 menos 21). E se Xerxes morreu mesmo em 475, Artaxerxes começou nesse ano.

Comprova-se que Artaxerxes morreu em 424 AEC.

Todavia, ele reinou mais de 41 anos, pois, em Borsipa, acharam um “documento comercial, que foi lavrado no seu 51°  ano (ou no ano de acessão do seu sucessor, Dario II)”. Assim, se morreu em 424 e, desde que fora empossado rei até a sua morte (ou até o seu sucessor) se passaram 51 anos, o seu início fora mesmo em 475 AEC (424 + 51).

E se começara em 475, o seu vigésimo ano foi em 455 AEC (475 menos 20).

 

Digno de nota é que os judeus antigos aguardavam o fim daqueles 483 anos, previstos por Daniel, na “primeira metade” do que é conhecido, hoje, como 1º século da Era Cristã.

Naquele tempo, NÃO se contava o “ano zero”, que foi mais tarde incluído no calendário atual, chamado gregoriano. Com a inclusão desse "ano zero", uma contagem entre períodos "antes e depois da Era Comum" sempre fica aumentada em um ano. Sem o "ano zero", a contagem sempre fica diminuída em um ano no atual calendário.

Portanto, de 455 AEC até 1 EC, seriam contados 455 anos inteiros e de 1 até 29 da Era Cristã, seriam contados mais 28 anos inteiros, completando os exatos 483 anos (483 menos 455 = 28).

O ano 28 (sem o ano zero) equivaleria a 29 da Era Comum (Veja "1914").

 

início da resposta 4

 

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05  - Jesus nasceu em?

 

A História mostra que o imperador romano Tibério César foi empossado pelo Senado em 15/9/14.

Seu governo começou em 14 da Era Comum, portanto.

E a Bíblia mostra que, “no pleno limite de tempo” ou “No décimo quinto ANO do governo de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes (Ântipas) tetrarca da Galiléia... apareceu João (Batista)...”, que depois de batizar o povo, batizou JESUS, quando tinha “cerca de trinta anos de idade”.  (Lucas 3:1-3,22,23)

Nessa parte, Lucas cita 5 (cinco) autoridades políticas e 2 (duas) religiosas, que viviam na época. Ele tinha motivos para dizer que “tinha pesquisado as coisas, antes de escrever”. Não é à toa que alguns consideram-no um historiador do nível de Tucídides, que foi tido como o mais exato do mundo antigo.

 

Entretanto, como não podem negar a exatidão do ano 29 da Era Comum, em que Cristo apareceu, alguns críticos distorcem os fatos, procurando negar o ano em que ele nascera.

Para isso, dizem que o Rei Herodes, o Grande, morreu em 4 Antes da Era Comum e como ainda estava vivo quando o menino nasceu, pois tentou matá-lo ao ordenar “a matança das crianças”, Jesus só poderia ter nascido antes de Herodes morrer. Por esse raciocínio, Jesus teria nascido em 5 ou 6 AEC, um ou dois anos antes da “morte daquele rei”. Nesse caso, a Bíblia estaria errada ao dizer que, na ocasião do seu batismo, Jesus tinha “cerca de trinta anos”.

Para apoiarem esse argumento, baseiam-se em Josefo, historiador judeu do 1º século da Era Cristã. Ele disse que  “... o Rei Herodes (o Grande) morreu depois de um eclipse, antes da Páscoa judaica”. E no ano 4 AEC realmente houve um eclipse lunar, parcial, de 36%, em Jerusalém, no dia 11 (ou 13) de março, como WK diz na fls. 317 do seu livro.

Todavia, Josefo não diz o ano desse eclipse e nessa descrição que fez poderiam se encaixar VÁRIOS anos, de 5 a 1 AEC, etc.

 

O mais provável, porém, é o que teria acontecido em 1 AEC, tendo em vista ter sido “... um eclipse TOTAL, que durou cerca de uma hora e quarenta minutos, no dia 8 (ou 10) de janeiro”. Tanto assim, que a morte do Rei Herodes é tida como ocorrida no mês judeu de “sebate”, que corresponde a janeiro/fevereiro em nosso calendário. WK não cita este eclipse.

E se Herodes morreu naquele ano 1 (um), Jesus poderia, mesmo, ter nascido um ano antes, em 2 AEC, o que se harmonizaria com a sua idade de “trinta anos”, no ano 29 da  Era Comum.

 

Jesus começou aos trinta anos, como o Cristo, porque a idade seria mais uma ligação entre ele e o antigo Rei Davi, que também fora ungido rei, por Deus, aos trinta anos.

O Rei Davi é um dos maiores personagens das Escrituras, pois é citado mais de MIL vezes nelas.

Todavia, muitos críticos não queriam aceitar a existência dele.

No raciocínio absurdo que eles usam,  acham que todas as citações bíblicas NÃO confirmam nada e que, "para se convencerem, precisam de outra prova além da Bíblia".

Assim, como também não se falava de Davi, fora das Escrituras, diziam que não tinha existido. Nem ele nem a sua "dinastia" (ou a sua linhagem), que ficou conhecida como "Casa (Real) de Davi".

Portanto, continuaram com esse argumento até 1993, quando foi descoberta em Tel Dan, norte de Israel, uma inscrição que a comprovava.  Isso revelou um outro detalhe. Revelou que a Estela de Moabe ou a famosa “Pedra moabita”, que fora achada mais de CEM anos antes (ou em 1868), já trazia essa expressão “Casa de Davi”, mas que, por estar danificada, somente a redescobriram agora. Dizem que a linha que a continha estava interrompida e que só a redescobriram, porque fizeram uma restauração dela.

Isso mostra que, às vezes, por motivos vários e/ou convenientes, não mostram detalhes que comprovam o relato bíblico ou que mostram, apenas, partes deles.

 

O Rei Davi fora feito “tipo” ou SEMELHANÇA do futuro Cristo que, na carne, seria considerado como se fosse “seu filho”. Por isso, muitos Salmos que Davi escreveu, cumpriram-se exatamente em Cristo, como os de números 2 – 16 – 22 – 34 – 40 – 69 – 110, etc. Em algumas versões, seriam números 2 – 15 – 21 – 33 – 39 – 68 e 109. Isso mostra, também, que as previsões existem mesmo, porque o que fora vivido e predito por Davi cumpriu-se em Cristo, cerca de mil anos depois!

 

Quanto à data do nascimento de Jesus, Josefo ainda diz, com base no tempo dos “cônsules romanos”, que Herodes foi nomeado rei, por Roma, no ano 40 AEC. Já outro historiador, APIANO, diz que isso aconteceu em 39 AEC.

Josefo diz que Herodes recapturou Jerusalém 3 anos depois de nomeado rei e que morreu 34 anos após essa captura. Se Josefo contou o “ano de acessão” de Herodes como era feito com os reis judeus, o primeiro ano dele fora de “39 a 38”. A captura de Jerusalém, 3 anos depois, seria de “37 a 36” e a morte dele, 34 anos adiante, teria sido de “3 a 2 AEC”.

Além disso, Josefo diz que Herodes tomou a cidade 27 anos depois que o general romano POMPEO a tinha conquistado. E Pompeo tomou-a em 63 AEC. Dessa forma, Herodes a teria recapturado em 36 (63 menos 27) e se ele morreu 34 anos depois de tê-la capturado, teria morrido em 2 AEC (36 menos 34).

Portanto, seja pelo eclipse ou pelo tempo dos “cônsules romanos”, parece existir sólida evidência de que Jesus nasceu no ANO 2 AEC, antes da morte do Rei Herodes, o Grande.

 

O importante a considerar, na cronologia bíblica, é que ela é de inteira confiança nas datas que REALMENTE interessam. Ela pode apresentar o que poderiam parecer pequenas diferenças ou não datar certos detalhes, porque isso não prejudicará em nada o entendimento do propósito divino. Não prejudicará em nada o entendimento do principal, mas REVELARÁ o que se passa com o leitor das Escrituras.

O leitor está "procurando" a historicidade dos FATOS bíblicos relatados ou está procurando uma forma de "ajustá-los" às suas conveniências? Isso tudo é revelador e vêm à tona quando se faz uma pesquisa bíblica sincera (Hebreus 4:12,13).

 

Por exemplo, ela não diz o DIA em que Jesus nasceu, o qual, para os homens, pode parecer importante, mas que para Deus não o é. Ela diz que os anjos anunciaram o nascimento de Jesus aos pastores, que estavam com os seus rebanhos no campo, à noite.

Embora nenhuma data seja mencionada, isso indicaria que o nascimento dele NÃO foi em dezembro, pois esse mês, por lá, fica na época de muito frio e geadas. Os animais, por isso, “não ficam fora, à noite”, sendo recolhidos aos currais.

Portanto, numa noite de dezembro, naquela região, os pastores NÃO estariam com os seus animais “fora, à noite”, para serem avisados (Lucas 2:8-14).

Em compensação, ela diz o dia da morte de Cristo (14 de nisã no calendário judaico antigo), pois somente essa data deveria ser relembrada pelos seguidores dele, a cada ano (1 Coríntios 11:23-30). 

 

Todavia, às vezes por entendimentos errados ou por que querem, mesmo, acreditar assim, os CRÍTICOS não se curvam às evidências e a cada ponto provado a favor da Bíblia, inventam novos pontos, no esforço desesperado em desmenti-la.

Por exemplo, a Bíblia disse que “o vigésimo ano” de Artaxerxes foi em 455 AEC. Os críticos dizem que não foi. Porém, como visto, tudo indica que ela está certa.

Então, forçados a admitir isso, dizem que Jesus NÃO nasceu em 2 Antes da Era Comum e que, por isso, ele não tinha “trinta anos” no ano 29. Assim, algo estaria errado. Contudo, parece que não há nada de errado com essas duas datas. Daí, forçados a admitir isso outra vez, dizem que as autoridades citadas no “15° ano de Tibério” estão ERRADAS. Provado que não estão, partem para nova contestação.

E assim vão criticando indefinidamente, geralmente sem muita base.

 

Digno de nota é que essas críticas tornaram-se fortes, de uns duzentos anos para cá (ou dos "anos 1800" para cá).

Entretanto, na época em que aconteciam, aqueles fatos bíblicos eram aceitos sem problema algum, mesmo porque  as evidências, as TESTEMUNHAS e os registros estavam todos por lá, para comprovação.

Não se podia desmentir os fatos da maneira, até irresponsável, que tentam fazer hoje. Até parece que, atualmente, “conhecem” mais daquele tempo do que aquelas próprias pessoas que viveram nele.

 

início da resposta 5

 

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 06 - Jesus histórico. A urna funerária de Tiago é falsa?

 

Críticos das Escrituras sempre existiram.

Gente como Marcião e Celso, por exemplo, que viveram no segundo século da Era Comum. O primeiro não acreditava no Antigo Testamento. O segundo era contra os cristãos. Algumas décadas depois, apareceu Porfírio, dizendo que Daniel não tinha sido escrito no tempo do exílio babilônico mas sim depois, na época Grega. E assim por diante.

Contudo, de meados de 1800 para cá, com o surgimento do alemão Julius Wellhausen, as coisas mudaram, na forma e no volume. As críticas aumentaram e NÃO pararam mais, até os dias de hoje.

Contestaram e contestam quase tudo. Tanto do Velho como do Novo Testamento.

Dizem, inclusive, que muitos dos personagens bíblicos nem sequer existiram.

Por exemplo, diziam que PÔNCIO PILATOS, quem condenou Cristo à morte, era um dos que não haviam existido. Mas, "em 1961, na Cesaréia, em Israel, acharam uma pedra com as inscrições do nome e do título dele, nas ruínas de um teatro"

Ficou claro que falaram besteira. 

 

Porém, tal achado não os calou. Pelo contrário, continuaram falando besteiras ainda maiores!

Começaram a dizer, até, que o próprio JESUS CRISTO também não havia existido!

No entanto, o historiador judeu Josefo, que não era cristão e que viveu na época em que os romanos destruíram Jerusalém, fez a citação da “morte de Tiago, irmão de Jesus, que era chamado de Messias (ou Cristo).” 

Hoje, contudo, os críticos dizem que essa declaração talvez não tivesse sido feita por ele, pois “não é do seu estilo”.  Com isso, querem dizer que houve ALTERAÇÃO na afirmação de Josefo.

Talvez queiram crer que algum cristão, no decorrer daquele tempo até o nosso, colocara essa referência a Tiago e a Cristo nos escritos dele, para que, assim, aparecessem citações sobre Cristo em outros livros históricos, fora da Bíblia (WK – fls. 333).

 

Entretanto, Josefo não cita Jesus apenas.

Ele cita, também, o irmão carnal dele, ou seja, Tiago. Embora a Bíblia deixe isso bem claro, que Jesus teve vários irmãos carnais, a maioria dos que se consideram cristãos não aceitam isso. (Veja Mateus 12:47 e 13:55,56)

Assim, se houve alteração na informação de Josefo, não foi feita por algum que se dizia cristão, pois se fosse feita por algum desses, citaria apenas Jesus e não citaria o seu irmão carnal Tiago.

Já se a declaração fosse feita por um judeu, não cristão, ao falar sobre o assunto, não deixaria de relatar que “aquele Messias” tivera irmão carnal, humilde. Portanto, fora um homem comum, que viera de uma família comum, que crescera num local nada importante aos olhos da elite.

Porém, o Messias que a maioria dos judeus esperavam, tanto a elite como o povo, segundo eles não viria de um local esperado e não seria um homem COMUM, mas sim um rei, que os libertaria da opressão ou do domínio romano.

 

De forma que, para um judeu daquela época, “aquele” Cristo não fora o Filho de Deus, que viera à Terra. Todavia, o próprio Josefo atesta que apareceram uns “doze falsos Messias”, que tentariam livrar os judeus do poder estrangeiro.

Então, o escritor deixa bem claro que Jesus, irmão de Tiago, não era o Messias que os judeus esperavam, mas que era chamado pelo título ou que os seus discípulos pensavam que ele era.

Com essa afirmação, embora NÃO o considerasse como o Messias (ou Cristo), mostra que, naquele tempo, viveu um personagem histórico bem conhecido, chamado Jesus, que era irmão de Tiago.

Portanto, a inclusão de Tiago na citação torna muito mais possível que ela fora feita, mesmo, por um judeu não cristão, o que se encaixaria em Josefo.

 

Digno de nota nesse caso é que o livro WK, apesar de dizer que "a declaração não era do estilo de Josefo", não inclui Tiago nela.

Na realidade, na seqüência do livro a respeito da EXISTÊNCIA histórica de Jesus também cita Tácito e Suetônio (veja mais abaixo), procurando mostrar, contudo, que os seus relatos não seriam muito úteis para comprovar esse fato.

Parece que NÃO querem aceitar o Jesus histórico.

 

Em fins de 2002, foi achada uma "urna funerária" (ou uma pequena "caixa"), na qual eram depositados os ossos da pessoa. O tipo dessa urna achada, somente foi usado no primeiro século cristão, até 70 da Era Comum, ou seja, somente foi usado no tempo em que Jesus, seu pai e seus irmãos viveram. Ela tem a seguinte INSCRIÇÃO, em aramaico:

 

"Tiago, filho de José, irmão de Jesus."

 

Poderia ser a PRIMEIRA prova material a respeito de Jesus.

No entanto, não querem aceitá-la também. Dizem que os nomes "Tiago, José e Jesus eram comuns no primeiro século. Existiam muitos com esses nomes."

Todavia, a forma com que foi feita a inscrição, mostra que se tratava de personagens mais famosos. Naquele tempo, apresentava-se somente o nome do "filho e do pai". Isso era normal. Quase todos faziam assim.

Mas o "irmão" não era apresentado. Só se apresentava o nome do irmão, quando este era CONHECIDO e tinha destaque. Então, se Tiago mencionou que era "irmão de Jesus", era por que esse Jesus tinha sido alguém muito conhecido, que havia tido destaque naquela época.

Portanto, poderiam ter muitos "Tiagos, filhos de Josés", mas na certa só teria UM "Tiago, filho de José e irmão de Jesus". Aliás, isso vai ao encontro da declaração de Josefo, que também fez uma declaração parecida, como visto acima.

 

No entanto, não querem aceitar a declaração de Josefo nem a declaração da urna funerária.

Dizem que ela poderia ter sido falsificada. Uma parte teria sido escrita no estilo formal. Outra parte teria sido escrita no estilo informal. Assim, haveria uma DIFERENÇA nas letras dela.

Entretanto, André Lemaire, pesquisador francês especializado em aramaico pela Universidade de Sorbonne, que se tornou o primeiro a analisar a inscrição, voltou a defender a autenticidade da frase esculpida na urna funerária.

Quando observei a inscrição, não vi essa diferença. Na segunda parte da frase, também há a presença de uma escrita formal, embora haja duas letras em estilo informal. Mas a mistura dos dois gêneros de escrita também é comum em outras inscrições”, disse o pesquisador, cuja análise sobre a urna foi publicada pela revista Biblical Archaelogy Review no fim de outubro.

 

Ainda assim, alguns acreditam que a inscrição teria sido ALTERADA por alguns cristãos posteriores, bizantinos, que quiseram prestar uma "homenagem" a ele. No entanto, como lembrou Peter Richardson, no período bizantino ou em qualquer outro, as pessoas se referiam a Tiago como "irmão do (ou do nosso) Senhor", conforme o próprio apóstolo Paulo havia feito em Gálatas 1:19.

Portanto, quando outras pessoas se referiam a ele, NÃO o chamavam de "irmão de Jesus".

Por isso, somente alguém muito chegado a Tiago (como a família ou ele próprio, antes de morrer) teria feito a inscrição.

Na sepultura ou na "urna" deveriam constar, apenas, os laços familiares entre ele e Jesus. Não precisaria constar o título "Senhor", que Jesus havia tido em relação a ele e a todos os outros.

 

De qualquer forma, parece que não querem aceitar a declaração de Josefo nem da urna funerária. E se descobrirem provas parecidas, no futuro, tudo indica que NÃO as aceitarão também.

SE não quiserem aceitar algo, não haverá prova que os faça aceitar.

Sempre acharão um jeito de deturpar ou de "ajustar" os achados ou as provas existentes, que favorecem a exatidão bíblica, como nestes outros casos, mostrados abaixo:

 

# TÁCITO, historiador romano, escreveu em seus Anais, por volta de 115 EC, que o termo ou a palavra “Cristão, deriva-se de Cristo, que foi sentenciado à morte pelo Procurador Pôncio Pilatos, no tempo de Tibério (César).”

Tácito não era judeu nem cristão.

Essa seria, então, uma prova imparcial. Mas WK lança dúvida se Tácito considerou tal existência como verdadeira. Na realidade, NÃO querem acreditar que existam provas dos fatos que envolvem Jesus.

 

# SUETÔNIO, outro romano, fez uma biografia do Imperador Cláudio, que reinou de 41 a 54 EC. Cláudio foi quem "expulsou os judeus de Roma, pela perturbação que faziam por 'Chrestus'.”

A Bíblia confirma isso, em Atos 18:2.

Entretanto, os críticos dizem que esse relato de Suetônio não pode ser usado para se comprovar a existência de Cristo ou dos cristãos, pois os que foram expulsos seguiam  Chrestus, com “E”, e não  Christus, com “I”. Dizem que essa diferença, de uma só letra, poderia fazer com que esses dois NÃO fossem a mesma pessoa! (WK – fls. 333)

No entanto, não admitem que os dois seriam a mesma pessoa apenas para NÃO concordarem com a historicidade da Bíblia (Veja "Berodaque").

 

início da resposta 6

 

 

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Este site foi atualizado em 01/09/08