Volta ao Início.

As Características do Bonde

Vai à base desta página.

Bondes no Brasil - Curitiba - PR
Opção:
Versão nova

INÍCIO

 

BASE DESTA PÁGINA

Foto, onde se vê os dois tipos de transporte coletivo da época (Gentileza de Aquilino G. Podestá) - Curitiba - 1913. - HTUB - WCS - Pág. 104.

Os dois gêneros de transporte são os dois tipos de tração, que nesta ocasião ainda conviviam, ou seja o elétrico e o animal.

Não está bem claro nesta foto, mas creio que os dois bondes trafegam em linhas separadas; ou, quem sabe, havia casos de bondes elétricos e a burro partilharem a mesma via? Desde que a bitola fosse a mesma, isto não seria impossível, pois locomotivas a vapor ou diesel podem trafegar em trecho eletrificado.

Curitiba – 1935 – HTUB – WCS – pág. 107.

Esta fotografia nos apresenta uma bela vista de cima, onde vemos um "flagrante" da passagem de uma composição de carro motor com reboque. O bonde que vemos é provido de coletor do tipo "lança"; pelo que aparenta, as cabinas de controle são abertas e o salão é, certamente, fechado, salvo no reboque, que aparece parcialmente, mas dá para supor que seja aberto.

Explanação baseada em dados colhidos da obra de Waldemar Corrêa Stiel

Começaram a trafegar em 1887 os primeiros bondes desta cidade, veículos muito rudimentares a tração animal, pertencentes à "Empresa Ferro-Carril Curitibana", do Sr. Boaventura Clapp. Em 1895 transferiu-se a concessão da empresa para Santiago Colle. Durante algum tempo, os bondes a burro de Curitiba dividiram o serviço de transportes da cidade com uma companhia de diligências (neste caso, uma espécie de ônibus a cavalo). Mais tarde a firma francesa Etienne Muller adquiriu a concessão, passando-se a mesma, em 1910, ao empresário E. F. de Laveleye, sob cuja administração melhoraram os serviços, intensificando-se o tráfego, com o acréscimo de horários de viagens. Este mesmo capitalista firmou, mais tarde, o consórcio anglo-francês "South Brazilian Railways Co. Ltd.", sediado em Londres. Foi exatamente esta firma que promoveu a eletrificação, em 1910; para tal objetivo, Laveleye comprou a empresa de eletricidade "Hauer Júnior & Cia." Os trabalhos começaram em 1911, ampliando-se, a princípio, a usina de força, efetuando-se, em seguida, os diversos serviços de instalação do sistema, iniciando-se o assentamento dos trilhos em 3 de Julho do mesmo ano. Os primeiros carros, importados da Bélgica, chegaram em princípios de 1912. As primeiras experiências com os carros, em 7 de Agosto de 1912, tiveram ótimo resultado. Mais dois testes foram feitos, nos seguintes dias 12 e 14, e outros em Novembro e Dezembro. O serviço começou, finalmente, em 7 de Janeiro de 1913, acrescendo-se o funcionamento de mais linhas nos próximos dias. Ocorreu uma greve em Fevereiro, e as propostas apresentadas pela empresa demonstram o fato curioso de haver diferença de salário entre os motorneiros, condutores, etc., conforme sua colocação nos carros de primeira ou de segunda classe. Outra particularidade que Stiel nos mostra em seu livro é notada na reação da imprensa local contra o intuito do prefeito de retirar os elétricos de uma rua importante. Reproduzo aqui, literalmente, uma parte da nota jornalística em questão: "... não estamos de acordo com essa resolução de privar a nossa principal rua de um dos seus mais belos ornamentos, de um dos seus melhores fatores de vitalidade. Os bondes elétricos não devem sair da Rua 15." - HTUB - Stiel - pág. 108 (Temos aí um registro da ampla significação dos bondes para as cidades. Não apenas ótimos utilitários, os bondes, bem como o traçado de suas linhas, são um elemento estético e vital, o que explica o vazio deixado em todos os ambientes urbanos, antes providos de "tramways", desde que estes foram literalmente arrancados das nossas cidades.) Como a companhia deu por oficialmente iniciado o serviço – sem cumprir todas as cláusulas -, o prefeito reivindicou-as, e foram providenciadas medidas para completar o cumprimento do contrato. Mais tarde, carros a burro foram reformados, de modo a funcionar como reboques dos elétricos, e é interessante observar que o preço da passagem em reboque era mais barato que em carro motor. Na década de 1920, a prefeitura assumiu o sistema. Nesse mesmo decênio começou a costumeira invasão dos "auto-ômnibus", os quais, conforme escreve Stiel, "faziam concorrência e não auxílio aos bondes" - HTUB - Stiel - pág. 109. Estes, no entanto, ainda tiveram seus progressos, com a aquisição de mais carros e a expansão da malha dos carris urbanos, que teve seu apogeu na década de 1940. O declínio, porém, começou em 1950, e dois anos depois ocorreu a extinção.

Volta a Campinas. Vai à página de Links. Vai a Fortaleza.
VOLTAR LINKS SEGUIR

Volta ao Início.

1 - Ferrocarris - [Trâmuei] - Ilustrações. 2 - Tipos de Bondes: Porte - Utilidade - Tração - [Cremalheira] - Animal - Vapor - Elétrica - Cabo - Ar Comprimido. 3 - Aspectos Funcionais: Introdução - Tipos de Coletores e Amostras do Sistema - [Arco] - [Lança] - [Pantógrafo] - [Rede Aérea e Via Permanente] - Controles - Chaves e Trilhos - [Exemplos de Desvio] - Mais Exemplos de Desvios. 4 - Particularidades: [Boca do Mato] - [Piedade] - [Bonde nos Alpes] - Tabela das Linhas no Rio de Janeiro. 5 - Profissionais do Bonde - [Documentação de Motorneiro]. 6 - Bondes no Brasil: Belém - Belo Horizonte - Campinas - Curitiba -

Volta ao topo desta página.
INÍCIO Fortaleza - Fortaleza (Artigos) - Guaratinguetá - Guarujá - Juiz de Fora - TOPO DESTA PÁGINA
Lavras - Niterói -  Petrópolis - Porto Alegre - Recife - Rio de Janeiro - Suplemento Esp. de Santa Teresa - Suplemento Esp. do Alto da Boa Vista - Salvador - Santos - São Carlos - São Paulo - Ilustração Cronológica - Carro Ypiranga - Sorocaba - Vitória - W. C. Stiel - Nota Preliminar.  7 - Bondes Hoje.

Indicações: Em verde, sem link - Referem-se à própria página que estamos vendo. / [Entre colchetes] - Acessam pontos específicos da página respectiva indicada anteriormente. / Em vermelho, sem link - Referem-se a páginas ainda em projeto. / [Boca do Mato], entre colchetes, sem link - Não faz link porque é o assunto encontrado logo no topo da página "PARTICULARIDADES".