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As Características do Bonde

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Bondes no Brasil - Niterói - RJ
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Em frente á antiga estação das barcas (foto de Carlheinz Hahmann) – Niterói – 1948. – HTUB – WCS – pág. 210. Veja melhor os detalhes desta composição de carro motor com reboque: a "alavanca" (coletor de contacto) do tipo "arco", os truques (conjuntos dianteiro e traseiro de quatro rodas cada) e a rede aérea (cabo aéreo transmissor de força).

Estação das barcas em Niterói (destruída em 1959). Bonde da linha Canto do Rio (foto de Carlheinz Hahmann) – 1948. – HTUB – WCS – pág. 210. Nesta fotografia, mostrando mais amplamente a mesma paisagem da anterior, podemos ver também um carro motor com reboque (neste caso um reboque pequeno, de quatro rodas), e um panorama geral das disposições da rede aérea e da via permanente (trilhos), com detalhes, à esquerda, de duas "chaves" (desvios), onde as linhas convergem e/ou bifurcam-se. É o próprio sistema ferroviário em plena rua.

Explanação baseada em dados colhidos da obra de Waldemar Corrêa Stiel

Desde meados do século XIX, Niterói foi servida por um serviço de diligências. Em 1871, autorizou-se o estabelecimento de uma empresa de bondes, a "Ferro-Carril Nictheroyense", para tração animal "na cidade de Niterói e seus subúrbios e a vapor no ramal de São Gonçalo e seu prolongamento", conforme os termos dos estatutos aprovados. A primeira linha foi inaugurada em 29 de Outubro de 1871. Em Dezembro do mesmo ano começou a funcionar uma segunda linha, uma terceira em Março de 1872 (ano em que firmou-se contrato para a construção da primeira seção da Estrada de Ferro de Niterói a Campos, mais tarde incorporada à E. F. Leopoldina). As linhas de bondes a burro continuaram a expandir-se (em 1882 a malha perfazia 23,634 km em via contínua, mais 5,855 km em desvios), até que, em 1905, foi autorizada a instalação da tração elétrica, e iniciaram-se as obras. A primeira linha eletrificada, ligando o Centro da Cidade ao bairro de Icaraí, foi inaugurada em 31 de Outubro de 1906, e até Julho de 1907 todas as linhas eram elétricas, menos a do bairro do Fonseca, eletrificada no ano seguinte (1908), ficando extinta na cidade a tração animal. Até 1911 foi concluída a expansão de linhas ainda incompletas. A eletrificação dos bondes da então vila adjacente São Gonçalo foi concluída em 1924 (como Stiel nos explica, "esta seção era chamada ‘Viação Férrea de Niterói’, pois era linha suburbana, sujeita aos ditames da legislação federal). Anos mais tarde, por novas determinações contratuais, uma nova linha (da Estação da Leopoldina ao Mercado Municipal) foi construída e começou a funcionar em Janeiro de 1945, com carros novos, fechados. (A não ser pela bitola estreita, adotada em Niterói, os bondes abertos desse município eram muito parecidos com os do vizinho Rio de Janeiro.) Na década de 1950, com a aquisição da empresa pelo Grupo Carreteiro, que não quis ficar com os bondes, os mesmos passaram ao patrimônio estatal, criando-se o "Serve-Serviço de Viação de Niterói a São Gonçalo", mais tarde simplesmente "Serve". O "inevitável" declínio não tardou, primeiro com a tentativa de implantação de trólebus (ônibus elétricos), que realmente chegaram a circular, mas duraram pouco. Os bondes careciam de componentes de reposição, cuja importação não estava sendo possível. Em 1959, uma revolta popular, pelo mau serviço das barcas, destruiu a estação destas, fazendo o mesmo com alguns bondes e trólebus; daí para frente, a decadência dos transportes urbanos em Niterói foi rápida, e as extinções ocorreram em 1964 e 1967, respectivamente dos bondes e dos ônibus elétricos. Há cidades no mundo em que trafegam tanto os "trams" (bondes) quanto os ônibus elétricos, distribuídos de forma calculada de acordo com a maior conveniência da(s) região(ões), havendo, também, coletivos a diesel, como transporte auxiliar. Infelizmente, no Brasil acontece o costume da substituição total, e o tipo de recurso considerado "obsoleto" é desestimulado, como aconteceu no exemplo de Niterói, onde faltaram peças de substituição para os bondes. Porém, pensando no assunto, indagaríamos se, desde que houvesse incentivo, não poderiam ser fabricados aqui mesmo tais componentes, ou possibilitar-se a importação, desde que houvesse interesse em manter, modernizar, adaptando às novas condições, o sistema de bondes, como ocorre, por exemplo, em Portugal.

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