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As figuras à esquerda nos dão
uma idéia da evolução do bonde em São Paulo, que configura, de modo geral, o processo
evolutivo deste meio de transporte em qualquer outra cidade brasileira, ou de toda parte
do mundo. A tração animal foi normalmente, com algumas exceções, a primeira a ser
empregada nos sistemas de bondes. Em São Paulo ela permaneceu por 35 anos (de 1872 a
1907); no Rio de Janeiro sua duração foi mais longa, persistindo até 1928, quando a
derradeira linha de bondes puxados a burro (Irajá - Madureira) foi eletrificada (leia na
página do Rio de Janeiro). A tração a vapor, aqui representada pelo exemplo 2, foi um grande passo na
evolução do transporte urbano; já empregado, há bastante tempo, nas ferrovias comuns,
foi implantado em diversos sistemas de bondes no mundo; dentre as cidades brasileiras onde
houve bondes a vapor contam Belém, Guarujá, Recife, Rio de Janeiro e, naturalmente, São Paulo, conforme atesta o exemplo à
esquerda, que nos mostra uma das pequenas e típicas composições que trafegaram na linha
de Santo Amaro, que foi, mais tarde, eletrificada (ver foto de bonde elétrico da linha de
Santo
Amaro, ou na página
anterior). A tração elétrica, no
entanto, apesar de seu forte significado no progresso dos bondes, ficou esquecida, sendo
radicalmente substituída pela tração elétrica, que passou a caracterizar,
mundialmente, o bonde em todo o mundo. A eletricidade substituiu, também, a tração
animal, mas o bonde a burro ou a cavalo ficou mais vivamente registrado na História, por
ter durado mais tempo que o tramway a vapor, cuja utilização foi tão efêmera
que pouca gente hoje sabe que existiu. Um fator importante que marcou o pouco tempo do
bonde a vapor foi, muito provavelmente, a queima do combustível, indispensável ao seu
funcionamento, que produzia uma considerável quantidade de fumaça, que enchia o ar
urbano, o que devia incomodar bastante a população; e o mesmo não ocorre no caso da
ferrovia comum, que percorre em linha separada, e, na maior parte de seu trajeto, fora dos
perímetros urbanos. Enfim, a tração elétrica assumiu os bondes do mundo, passando a
eletricidade a ser um aspecto arquetípico deste meio de transporte coletivo. Aqui temos
quatro exemplos expressivos do desenvolvimento do bonde elétrico em São Paulo. O exemplo
3 mostra um dos modelos mais primitivos; os exemplos 4, 5 e 6 apresentam o mesmo tipo de
carro elétrico, o popular "camarão" (veja também na página anterior), em
fases distintas, o que nos dá uma idéia da importância histórica, utilitária e até
mesmo folclórica deste modelo. No último exemplo (6) ele aparece já desprovido de sua
tradicional pintura em vermelho berrante (a que deve o apelido), mas em um desenho mais
recente, provavelmente segundo a norma da CMTC. O bonde elétrico evoluiu muito até
nossos dias, e continua a evoluir, embora no Brasil, em função de sua extinção geral
em meados do Século XX, sempre nos lembremos dos bondes em seus estilos antigos. O mais
moderno modelo que trafegou em São Paulo foi o Centex, que não figura entre os exemplos
ao lado, mas que temos na página anterior em vista frontal e lateral. O sistema de bondes de São Paulo nos dá a impressão viva, constatada
principalmente pela observação dos dois últimos exemplos ao lado (5 e 6) a atualidade -
ou modernidade - do bonde, sobretudo o exemplo 6, que apresenta um quadro da década de
1960 que poderia ser confundida com o momento atual. Podemos imaginar, perfeitamente, um
carro do tipo mostrado na foto trafegando em São Paulo, ou em qualquer outra cidade, hoje
em dia. E se observarmos fotografias ou assistirmos a filmagens de ruas de Zurick,
Amsterdam, Bruxelas, Hamburgo, Lisboa, cidades da Europa Oriental, da extensão geral
Rússia, da Turquia e algumas cidades asiáticas, nosso conceito do bonde como "coisa
velha" ficará, no mínimo, abalado. Podemos ver algo sobre bondes modernos em nossa
página Bondes Hoje e em outros sites, como o brasileiro O BONDE, procurando, mais
especificamente, a seção "Bondes no Mundo", o alemão Blickpunkt Straßenbahn (ambos abordam aspectos tanto históricos quanto atuais)
e os indicados em nossa listagem de sites sobre bondes atuais. |